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POLÍTICA SALTENSE

Foram várias as brigas envolvendo

políticos de facções contrárias

(1ª Parte)


Nos tempos atuais elas se tornaram mais raras, mas nas décadas de 1940, 1950 e 1960 as brigas envolvendo políticos de facções adversárias ocorreram em diversas ocasiões.

Várias delas aconteceram logo após a volta da democracia, a partir de 1948. Segundo relata Ettore Liberalesso em seu livro “Salto – História, Vida e Tradição”, as sessões da Câmara, que se realizavam ainda no antigo prédio da Prefeitura, na Rua Dr. Barros Jr., ao lado da agência dos Correios, eram muito movimentadas, com muita gente assistindo, verificando-se também debates tumultuados. Às vezes era necessária solicitar a presença da polícia, pois chegavam a ocorrer cadeiradas, inclusive de um dos vereadores, Vicente Scivittaro, o Chinchino, que teria atirado uma cadeira contra um outro vereador, João Dotta.

Luiz Milanez (em foto da época): briga na reabertura do seu consultório

No palanque - Em setembro de 1954 foram reunidos num palanque adversários políticos que já digladiavam na Câmara. É que as facções do então prefeito Vicente Scivittaro (Chinchino) e a de Archimedes Lammoglia curiosamente estavam de pleno acordo no que se refere à motivação daquele ato público: ambas aprovavam a revogação de uma decisão que impedia o enfermeiro prático licenciado, Luiz Milanez, de atender a população no consultório médico do dr. Angelo Ferraro, situado na Rua 7 de Setembro (atual Monsenhor Couto), no quarteirão entre as ruas 9 de Julho e a Prudente de Moraes. O consultório chegou a ser fechado, mas os políticos conseguiram revogar a medida e o ato público serviria para comemorar a reabertura. Realizou-se na então Praça da Bandeira (hoje conhecida como “Praça da Bíblia”), onde foi armado um palanque, ocupado pelos chinchinistas e pelos lammolhistas, como os integrantes de ambas facções eram conhecidos.

Ao usar da palavra, o prefeito Chinchino preocupou-se mais em criticar o dr. Lammoglia, perguntando se ele amava tanto Salto, por que não vinha clinicar na cidade. O médico respondeu que faltava assistência médica na cidade apenas aos domingos e que ele vinha para Salto nos finais de semana, quando atendia muitas pessoas, inclusive Chinchino, a quem tinha operado e curado. Após o discurso de Lammoglia, Chinchino pretendeu falar novamente e, ao tentar tirar o microfone do apresentador, houve um empurra-empurra, que acabou se transformando numa briga entre partidários das duas facções em cima do palanque, pondo fim ao evento.

Eu era criança e lembro-me que um dos que estavam no palanque procurava seus sapatos, encontrando um que não era o seu (alguém o tinha levado por engano).

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