QUEM FOI QUEM
Nair Vitale Sontag, mulher admirada, que amava e sempre defendia sua cidade
Seu nome completo era Nair Maria Vitale Sontag e tanto seu sobrenome de batismo como o que adquiriu após seu casamento, representavam (e ainda representam) duas famílias tradicionais, admiradas por muitos pela forma correta e honesta com que sempre se portaram. Ela era natural de Salto, onde nasceu em 9 de outubro de 1924, vivendo na cidade que amava e defendia, sempre que necessário, durante 97 anos. Lúcida até seus últimos dias, Nair era admirada pelo seu comportamento e o fato de ser reconhecida como socialite não impedia que se relacionasse com pessoas de todas as classes sociais, raças ou credos, inclusive procurando ajudá-las no seu dia a dia. Ela era filha de Maria Theodora Liberatore Vitale e Orlando Vitale, que também tiveram trajetórias marcantes na cidade.
Nair fez seus primeiros estudos em Salto, no Grupo Escolar Tancredo do Amaral (atual Escola Estadual), frequentando, a seguir, o curso médio no Colégio do Patrocínio e dois cursos na Faculdade Nossa Senhora do Patrocínio (professora primária e secundária). Posteriormente se formou Educadora de Saúde Pública pela Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). Exerceu diversas outras atividades: como professora em Salto e Itu, trabalhando no Departamento Estadual da Criança em Salto e no Serviço de Saúde Escolar em Salto e Itu. Nessa época conviveu com muitas crianças e pessoas necessitadas de auxílio e orientação, procurando ajudá-las para a solução dos seus problemas.
No esporte – Ela foi integrante da primeira equipe de Voleibol feminino de Salto, que inclusive participou de competições estaduais, como os Jogos Abertos do Interior, a partir de 1948, em Santos. Foi a primeira vez que a cidade foi representada numa competição dessa natureza, depois de treinamentos que aconteciam na quadra do Clube de Regatas Estudantes Saltenses, que se localizava na Barra, num terreno hoje ocupado pela Avenida Vicente Scivittaro. Faziam parte da equipe, além de Nair, Augusta Mazza, Wanda Carnicelli, Iná Leoni, Adail Moraes, Mercedes Corazza, Yara Garcia, Nilza Vitalle e Dionéia (o técnico era João Sebastião Ferraro). Ela defendeu não apenas o Regatas, mas também a A.A. Ituana, de Itu.
Além de atleta, Nair deu todo o apoio ao seu marido Geraldo, que também atuava pelo Clube de Regatas e Seleção de Salto, tendo ambos, em 1966, atuado como técnicos das turmas de basquete e vôlei do Regatas. Geraldo foi jogador de basquete e seus filhos José Mauro, que foi destaque no tênis de campo, ganhando diversos torneios importantes e José Orlando, que jogava basquete, também conseguiu alguns êxitos. Aliás, por sua frequente participação e destaque no esporte, a família Sontag (Geraldo, Nair e filhos) foi reconhecida pelo jornal A Gazeta Esportiva Ilustrada com uma reportagem publicada em maio de 1966, de autoria de Paulino Piotto, sob o título: “Família Saltense dignifica o esporte”.
Nos clubes - Desde que o Clube de Campo surgiu, em 1964, Nair foi uma presença constante, apoiando as iniciativas e auxiliando seu esposo Geraldo Boscato de Arruda Sontag, quando ele ocupou a presidência (1970), além de tomar algumas iniciativas. Inclusive mereceu um elogio no Jornal do Clube de Campo, na publicação da matéria “Nair Sontag colabora com o Clube”, quando foi responsável pela restauração do Presépio, que lhe custou um mês de muita técnica e empenho, pois houve necessidade de se fazer a remodelação de algumas peças.
Também se destacou como esposa sempre presente de Geraldo, quando o mesmo foi presidente da Sociedade Instrutiva e Recreativa Ideal (1964) e do Rotary Club de Salto (1967), participando de muitos eventos e campanhas. Aliás, seu esposo foi apelidado de “Carvalho Pinto”, quando presidente do Ideal, pois colocou em dia as finanças do clube, a exemplo do que fez o então governador do Estado, naquela época.
Preferências – Numa entrevista concedida ao jornal Taperá, em outubro de 2000, Nair revelou suas preferências, dentre elas as seguintes; religião: Católica; cantor: Frank Sinatra; cantoras: várias; ator: Lima Duarte; atriz: Fernanda Montenegro; filme: Casablanca; um prato: frutos do mar; uma pessoa admirável: seu pai, Orlando Vitale; uma emoção: quando ficou mãe; um livro: Em busca do tempo perdido (Marcel Proust); uma frase: “Prefiro perder um amigo, sendo sincera, do que conservá-lo iludindo-o”.
Nair também se destacava na arte musical, pois tocava piano e acordeon, apresentando-se nas reuniões familiares e em eventos, quando solicitada.
Viagens - Durante sua vida e quando suas condições físicas lhe permitiram, ela viajou para praticamente para o mundo todo. Nessa entrevista ao Taperá, ela aponta sua viagem inesquecível: quando pôde conhecer três continentes: Europa, África e Ásia numa só viagem. Primeiramente viajava em companhia do seu esposo, mas posteriormente, com o nascimento dos seus dois filhos, eles também acompanhavam o casal em várias viagens.
Homenagens – Durante sua vida Nair foi várias vezes homenageada, como professora e como profissional na área da Saúde. Pode-se destacar, por exemplo, a homenagem de que foi alvo, no Dia Internacional da Mulher, em março de 2004, quando recebeu uma placa e flores, entregues pelo vereador Gilvan Rodrigues Costa. No aniversário da cidade, em junho de 1998, ela foi convidada, juntamente com João S. Ferraro para participar do desfile representando as atletas do Clube de Regatas Estudantes Saltenses. Também foi homenageada pelo jornal Taperá na festa dos Destaques de 2012, realizada no Clube dos Casados, pelo seu Mérito e Tradição, em março de 2013.
Família – Nair casou-se com Geraldo Boscato de Arruda Sontag em 22 de junho de 1952, com quem teve dois filhos: José Orlando, engenheiro de minas e José Mauro, administrador de empresas, os quais lhe deram 6 netos: Vanessa, Éric, Brenno, Mauro, Renan e Leonardo.
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