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OPINIÃO

Água foi o assunto predominante na Câmara


É muito bom que os políticos se preocupem em abordar problemas e possíveis soluções para os problemas relacionados à água, seja para melhorar o abastecimento ou estabelecendo medidas para evitar consequências danosas no futuro. Nos últimos dias tivemos na Câmara dois eventos relacionados ao assunto: o primeiro foi uma reunião para tratar das diretrizes a serem observadas pelo Poder Executivo, mediante políticas públicas de abastecimento hídrico a longo prazo. Ou seja, é uma preocupação não apenas com os dias que correm, mas também em relação ao futuro. Levou em conta o constante aumento populacional que resulta em dificuldades relacionadas à garantia de pleno acesso à água por toda a sociedade. Foram apresentados números que demonstram que cerca de 35 milhões de brasileiros ainda não recebem água tratada, bem como que a cada 100 litros de água tratada, 37 não são consumidos.

O vereador Henrique Balseiros, que promoveu a reunião, vai apresentar um projeto de lei que prevê a instalação de cisternas para armazenar água da chuva ou de poço, em escolas, postos de saúde e outras repartições públicas municipais; melhoria das adutoras, evitando desperdícios e preservação das nascentes, dentre outras coisas. Como não poderia deixar de ser, o problema da falta d’água no município foi também abordado, sendo lamentada a diminuição do volume d’água no Ribeirão Buru, que está dependente do fornecimento por parte de Indaiatuba.

O outro evento realizado foi “Todos pelo Tietê”, que contou com a participação de representantes do Inevat, da OAB e Secretaria do Meio Ambiente. Nessa reunião, o representante do Inevat, Ismar Ferrari, que há anos reclama medidas para melhorar as condições do principal rio do Estado, o qual previu que com medidas que visam beneficiar o Rio Pinheiros, o Tietê poderá sofrer as consequências, principalmente no que se refere às enchentes, que deverão ser ainda maiores das que já aconteceram. É que está sendo implantada a reversão das águas desse rio paulistano, em detrimento do Tietê. Os presentes se referiram também à falta de interesse e de colaboração dos demais municípios ribeirinhos e a omissão do Governo do Estado, que não toma medidas efetivas para acabar com os problemas (enchentes e poluição) e não se responsabiliza pelos danos causados, principalmente em Salto. Foram citados efeitos das enchentes com bens públicos destruídos, como o Memorial do Tietê, Ilha dos Amores, Buraco da Barra (este no Rio Jundiaí), dentre outros.

No que se refere ao desinteresse dos prefeitos de outros municípios, isso ocorre porque eles não querem ficar mal perante o Governo do Estado e por isso evitam fazer críticas, pois isso poderá prejudicar suas outras reivindicações. Foi solicitada na oportunidade, uma ação mais positiva por parte da administração saltense, pois Salto é que está sendo mais prejudicada entre todos os atingidos.

Deve-se louvar os vereadores que realizam ações visando melhorar as condições dos nossos rios, principalmente o Tietê, embora as duas reuniões realizadas na última sexta-feira contaram apenas com 4 ou 5 deles. Ressalte-se também que não está havendo um interesse maior por parte da população local, podendo-se notar nas fotos que publicamos a presença de um número reduzido de munícipes que comparece ao Legislativo.

De positivo, os dois eventos realizados mostraram a preocupação para que sejam tomadas medidas que resolvam ou pelo menos reduzam os problemas existentes. Isso poderá ocorrer com a apresentação de um projeto para abastecimento hídrico a longo prazo e a formação de uma Frente Parlamentar que poderá fazer reivindicações que podem reduzir os efeitos danosos que ocorrem atualmente. Espera-se que, além dessas, outras medidas sejam tomadas por entidades e principalmente pelo Executivo.

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