POLÍTICA SALTENSE
Foram várias as brigas envolvendo
políticos de facções contrárias
(2ª Parte)
Na Câmara 1 – Uma outra briga aconteceu na Câmara, em outubro de 1961, envolvendo vereadores da facção ainda comandada por Chinchino e a de Archimedes Lammoglia. Ficou conhecida como “Sessão pugilato” e teve início quando o vereador Anésio Bovolon solicitou que fosse retirada da ata a expressão “vagabundo”, utilizada por Henrique Milhassi contra Flávio Della Paschoa. Alguns eram a favor, outros contra, formando-se um tumulto, com todos falando ao mesmo tempo. A sessão foi suspensa, mas os vereadores não se retiraram e continuaram discutindo. Um deles (João B. Milioni), puxou o vereador Anésio Bovolon pelo braço, o que levou Flávio Della Paschoa a amea
çar atirar uma cadeira contra ele, sendo impedido por Joaquim Sontag; quando Bovolon era retirado do plenário, José Batista de Aguiar, que havia saído, voltou e sem saber o que acontecia, foi atingido por um violento sopapo desferido por João Milioni, pondo-o a nocaute. A confusão se formou, com um empurra-empurra, que só acabou quando alguns populares invadiram o plenário e separaram os briguentos. Três vereadores ficaram feridos, sem gravidade: Bovolon, João Milioni e Joaquim Sontag.
Na Câmara 2 – Ficou famosa também a briga que aconteceu na Câmara, em janeiro de 1965, talvez porque ela foi a única toda registrada por Nenê Carola, que naquela noite, já imaginando que alguma coisa iria acontecer, compareceu preparado com sua máquina Yashika. Esse tipo de cobertura da imprensa não era muito comum como nos dias atuais. Naquele dia aconteceram
várias discussões, envolvendo principalmente o ex-prefeito e então vereador, Vicente Scivittaro (Chinchino) e Mário Dotta, os quais quase partiram para o desforço físico, com dedo em riste, acusações cara a cara, etc. Vereadores, como Josias Costa Pinto, Araldo Bertani, José Ustrito e outros também entraram em ação, assim como pessoas da plateia, que invadiram o plenário, ocorreram empurrões, só faltando troca de socos, tudo isso registrado pela câmera do Taperá.
Na Câmara 3 – Vereador brigar com integrante de outra facção
sempre foi comum, mas brigar com o próprio companheiro de partido é algo improvável, porém acontece. Foi em março de 1975, quando cinzeiros cruzaram o ar numa sessão legislativa. Dias antes o vereador José Ustrito tentou extinguir o mandato do colega Miguel Orlandini, ambos do MDB (atual PMDB), pois assim poderia permanecer na Câmara, já que, como era o 1º suplente, estava sendo obrigado a afastar-se. Ele também pedia que Miguel devolvesse tudo o que havia recebido no exercício do seu mandato, o que revoltou outros vereadores.
Começou uma discussão e Ustrito, interpretando mal as palavras de Adelino Matiuzzi, que se dirigia ao presidente Corinto A. da Silva e não a ele, atirou um cinzeiro de vidro em direção a Adelino. Este devolveu um outro cinzeiro em direção a Ustrito, mas quase atingiu o presidente Corinto, fazendo um buraco no painel de madeira que existia atrás da Mesa Diretora. Aquele buraco permaneceu por vários anos no painel e quando alguém perguntava quem fez aquilo, a resposta era sempre a mesma: “é o buraco do Adelino”.