OPINIÃO
Uma transição de governo diferente
Pelo que se sabe e pelo que a gente sempre assistiu, uma transição de governo se faz de governante para o futuro governante. O prefeito Juvenil Cirelli, porém, está fazendo uma transição de governo diferente da usual. Foram marcadas seis datas, com início na última quarta-feira, prosseguindo na próxima semana, a partir de quarta-feira, quando é feito um relato das atividades desenvolvidas e da situação atualmente existente. Essas audiências são públicas e não tem despertado o interesse da população, tendo comparecido apenas os representantes da imprensa, secretários, alguns vereadores eleitos e servidores municipais. O atual prefeito também tem estado presente e até fez algumas manifestações, mas o decreto baixado pelo chefe do Executivo prevê que “ao candidato eleito para o cargo de prefeito municipal é facultado o direito de instituir Equipe de Transição, a qual terá por objetivo inteirar-se do funcionamento dos órgãos e entidades que compõe a Administração Pública Municipal e preparar os atos que deverão ser editados imediatamente após a posse”. O decreto não fala numa possível reunião entre o atual e o futuro prefeito, pois as tratativas serão apenas entre as duas equipes de transição, mas é costume ela se realizar. Da parte de Geraldo possivelmente não haveria problema em encontrar-se com aquele que foi seu vice durante 8 anos, mas não acreditamos que Juvenil venha a aceitar esse encontro, porque ainda não digeriu o rompimento de Geraldo com ele em 2012, tanto que continua batalhando para impedir a posse deste último em 2017. Ele inclusive poderá alegar que o ex-prefeito ainda não foi considerado integralmente eleito, pois isso ainda depende do recurso que Juvenil e sua coligação apresentaram no Tribunal Superior Eleitoral - TSE.
O fato de Juvenil aceitar que a equipe de Geraldo tenha acesso aos dados, informações e documentos relativos à transição, já representa uma atitude sensata, que demonstra transparência e boa vontade. Quanto a encontrar-se com ele, tête-à-tête (conversa privada entre dois indivíduos), já é pedir demais. Mas se até Trump e Obama, hoje os homens mais importantes do planeta, aceitaram se reunir, por que não o fazem dois ocupantes do Poder Executivo de uma cidadezinha do interior de S. Paulo com 110 mil habitantes?