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POLÍTICA SALTENSE

Adversários de Jesuíno impediram

a vinda do Núncio Apostólico


Em agosto de 1980, meses antes da inauguração do Monumento à Padroeira, o prefeito Jesuíno enviou ofícios ao Papa João Paulo II e ao Núncio Apostólico, dom Carmine Rocco. Solicitava ao primeiro o envio de uma fita cassete com uma mensagem especial e uma bênção apostólica ao povo de Salto para serem transmitidas pelo serviço de som, após a celebração da santa missa, que ocorreria no evento. Ao segundo solicitava sua intercessão junto ao Papa, sendo o ofício entregue em mãos em Brasília, por uma delegação formada por vereadores da situação e assessores da Prefeitura. No contato com o Núncio, convidaram-no a comparecer à cerimônia de inauguração e dias depois ele confirmava sua vinda a Salto, num ofício encaminhado ao chefe do Executivo saltense.

Com a provável vinda do Núncio, outros convites foram expedidos para autoridades eclesiásticas, dentre elas o bispo diocesano, d. Gabriel Paulino Bueno Couto, mas a oposição estava atenta e tratou de “colocar areia” nas negociações da Prefeitura de Salto com o clero. Vereadores da oposição, com a colaboração de alguns políticos, dentre eles José Édis Volpato, o “Zé Gaúcho”, e especialmente o deputado Archimedes Lammoglia, mantiveram contatos com autoridades da República (na época em que ainda predominavam os militares) fazendo pressão para que o Governo Federal desestimulasse o Núncio Apostólico a vir até Salto.

Dias depois, através de telegrama, o Núncio alegava que “em virtude de outros compromissos” não poderia comparecer. Isso provocou uma desistência em cadeia, pois as demais autoridades eclesiásticas também encontraram razões para cancelar o comparecimento.


Pe. Toninho, o substituto – Como nem o núncio apostólico e nem o bispo viriam para a inauguração da imagem da Padroeira, em dezembro de 1980, tinha-se que arranjar um substituto, pois o “Papamóvel” fora conseguido junto à Ford e algum sacerdote deveria ser levado nele à cerimônia. Poderia ser o padre Mário Negro, titular da matriz de Monte Serrat, mas como havia um desentendimento de Jesuíno com ele, em virtude da Festa do Salto ter sido tirada da igreja, certamente não compareceria, como não compareceu na inauguração da imagem da “Santa Feia”. O jeito, então, foi apelar para um padre que mantinha boas relações com Jesuíno, apesar de não militar em nenhuma das igrejas da cidade, o padre Antonio Spoladori, o “Toninho”. Foi ele, então, que chegou no “Papamóvel”, em pé, recebendo os aplausos dos presentes à inauguração (foto).

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