CAUSOS
Jacaré no vaso sanitário de uma escola
O padre saltense Antonio Spoladori era um dos maiores fornecedores de pequenos animais para o mini zoológico que existia na Ilha dos Amores, para onde foi transferido, pois antes ocupava a via de acesso da Rua José Galvão até o prédio onde funcionou o Restaurante do Salto e hoje abriga o Complexo da Cachoeira. Dentre esses animais por ele fornecidos, havia um jacarezinho, que um dia fugiu pelo cano de esgoto da Ilha. Os moradores do trecho próximo (Rua José Weissohn e início da 23 de Maio), ficaram preocupados, pois imaginavam que a qualquer hora o jacarezinho poderia surgir no vaso de seu banheiro, quando nele estivessem sentados. Dizia-se até que alguns iam fazer suas necessidades num outro ponto da cidade, usando o banheiro apenas para escovar os dentes, fazer a barba, lavar o rosto e as mãos. A notícia da fuga do jacarezinho, publicada na coluna do Boca-de-Siri do Jornal Taperá, inclusive com o desenho de um jaca-
ré olhando do fundo do vaso da privada (desenho 1 de Valdir Sbrissa), teve grande repercussão, inclusive nas escolas locais, principalmente no então Externato Sagrada Família (Coleginho), cujos alunos não queriam mais ir ao banheiro. Sob o título “Alguém te espia no banheiro”, a publicação dava a entender que o jacarezinho poderia surgir em algum ponto da cidade servido pela rede de esgoto. Para consertar as coisas, o Boca-de-Siri teve que fazer alguma coisa para acabar o temor das crianças em irem ao banheiro, publicando uma nota em que dizia que o jacarezinho tinha reapa-
recido e que a partir daquele dia poderia ser visto no mini zoológico da Ilha dos Amores, onde colocaram um jacaré do mesmo tamanho do "fujão" para acalmar os ânimos. A segunda ilustração (desenho 2 de Hélio Rodrigues) mostrava o prefeito Jesuíno e o padre Spoladori, este batendo com um chinelo no jacarezinho, punindo-o por ter feito a traquinagem.