POLÍTICA SALTENSE
Nos traslados dos restos mortais do
fundador, Quércia brilhou
O prefeito Jesuíno Ruy sempre recebia a visita de companheiros do PMDB, partido ao qual ele pertencia, que ocupavam cargos importantes e uma das visitas mais constantes era de Orestes Quércia, quando ele era senador e até governador do Estado. Uma dessas visitas foi em julho de 1981, quando ele veio participar dos traslados do fundador de Salto, Antonio Vieira Tavares, que veio de um cemitério de Itu para serem colocados na capela do Monumento à Padroeira.
Inicialmente houve uma concentração na Praça 16 de Junho (atual Archimedes Lammoglia), onde havia um palanque para as autoridades, dentre elas Quércia, deputado federal Ruy Côdo, prefeito Jesuíno e outros. Dali saiu um cortejo em direção ao Monumento à Padroeira, formado pelos veículos das autoridades e também por um carro especialmente decorado, com um caixão levando os restos mortais do fundador.
Naquela época ainda havia a passagem de nível, ao lado da estação ferroviária e o cortejo tinha que passar por lá, mas estacou para aguardar que um trem terminasse de fazer as manobras. Só que estava demorando muito e depois se soube que o chefe da estação, na época, Jarbas de Camargo, que foi também presidente da A.A. Saltense, pedira ao maquinista que se demorasse para abrir passagem, pois tinha se desentendido com o prefeito Jesuíno Ruy.
Como não parassem as idas e vindas do trem, o que se prolongou por 15 ou 20 minutos, sem previsão de que finalmente a cancela seria aberta, o senador Orestes Quércia, aproveitando um momento em que o trem se afastava, abriu a cancela, pediu para as pessoas e veículos atravessassem e se postou corajosamente à frente da composição, exigindo que ela parasse. O maquinista acabou cedendo e o caminho foi aberto para que todos transpusessem a passagem de nível e se dirigissem até o Monumento à Padroeira, onde os ossos de Antonio Vieira Tavares foram depositados na capela ali existente.
A ação de Quércia valeu-lhe muitos elogios, sendo até chamado de “Super-Quércia” pela sua coragem em enfrentar a situação bastante delicada.