OPINIÃO
O que Geraldo vai encontrar em seu 3º mandato
Neste domingo o cidadão Geraldo Garcia vai tomar posse pela 3ª vez como prefeito de Salto. A primeira foi em 2005, quando ele sucedeu Pilzio Nunciatto Di Lelli e tinha Juvenil Cirelli como seu vice. A segunda foi em 2009, quando se reelegeu para o cargo, tendo novamente Juvenil como vice. Doze anos depois da primeira posse ele vai encontrar uma cidade completamente modificada em relação à primeira e segunda vez que assumiu. Naquela época, tanto em 2005 como em 2009, a situação financeira do município não era tão crítica, não havia essa crise que assola o país como um todo, sendo poucas as regiões não atingidas pelo tsunami que se verificou nos cofres públicos e particulares. Em Salto não é diferente, por isso Geraldo tem consciência que vai gerenciar uma cidade com dívidas e com muitos compromissos a cumprir.
Ele sabe, por exemplo, que vai herdar uma folha de pagamento que consome cerca de 48% das despesas; a Saúde Pública, englobando o Hospital Municipal, precisa para se manter de mais ou menos 28% do orçamento para o próximo ano; a Educação, que por lei deve receber no mínimo 25% da receita auferida no ano. Se somarmos apenas esses três itens, veremos que as despesas suplantam os 100% dos 352 milhões previstos pela peça orçamentária para 2017. O que sobra para outros setores? Praticamente nada.
Salto não precisa de um cidadão como Geraldo. Precisa de um mágico e dos bons, daqueles que conseguem aumentar consideravelmente a receita e reduzir drasticamente as despesas. Se essa figura existisse, receberia milhares de convites, pois nosso município não é o único que está nessa situação quase falimentar.
Como os recursos serão escassos, o novo prefeito terá que se socorrer dos governos federal e estadual, que também não estão bons das pernas. Terá que apelar para deputados federais, estaduais e senadores visando conseguir verbas para terminar as obras em andamento e realizar outras cuja necessidade salta aos olhos. Ele terá também que ser criativo, tirando leite de pedra, como se costuma dizer. Sua originalidade será posta à prova, cabendo-lhe encontrar um jeito de aumentar aqui, reduzir ali, mas em grande proporção.
Serão 4 anos sacrificados, bem diferentes dos 8 em que ele enfrentou problemas, mas havia como superá-los, o que será difícil agora. O cargo de prefeito de Salto, tão disputado nas últimas eleições, poderá se constituir num calvário, sem comparação com o do Cristo, evidentemente, mas ainda assim sofrido.
Que não falte coragem de enfrentá-lo é o que todos esperam.