OPINIÃO
- Valter Lenzi
- 23 de jan. de 2017
- 3 min de leitura
Os altos e baixos do governo Juvenil
Em nosso comentário desta semana para a TV Taperá (Palavra do Editor), apontamos os acertos e os desacertos do governo Juvenil Cirelli. Ele e os integrantes de sua equipe entendem que foi uma boa administração e têm algumas razões para pensar assim, pois foram executadas algumas obras importantes, conseguidas parcerias valiosas, obtidas verbas consideráveis através dos parlamentares de vários partidos e conseguidos bons investimentos empresariais. No entanto, houve também algumas providências (e a falta delas) que serviram para que na avaliação final o eleitorado considerasse que Juvenil não deveria continuar à frente da municipalidade. Aliás, o número de votos obtidos e o 3º lugar, atrás de um candidato neófito, é bem uma prova dessa insatisfação. Nem por isso, no entanto, devem ficar no olvido algumas realizações importantes na administração passada, algumas das quais foram destacadas no Relatório de Gestão apresentado nos últimos dias do governo anterior. Já tivemos a oportunidade de citar várias delas, o que fizemos também em nosso comentário na TV desta semana, demonstrando que não foi uma gestão tão improdutiva e incompetente, como muita gente classifica.
Aliás, nos referimos também nesse comentário às finanças da Prefeitura, quando dissemos que nesse aspecto Juvenil e seus secretários até que se saíram bem, pois tiveram o controle nas mãos, procurando reduzir os custos numa época de crise e de baixa arrecadação. Pena que no apagar das luzes tivessem sido cometidas algumas ações visando mascarar a real situação, como o engavetamento de notas para que a dívida a ser deixada não aumentasse consideravelmente. A declaração de que Juvenil “deixou em caixa” 28 milhões de reais foi também um blefe fácil de ser detectado, pois se trata de créditos e não de “dinheiro vivo”. Agora se fala que a dívida deixada não seria de 20 milhões, como se previa, mas de 32 milhões, porém isso não pode ser classificado como falta de controle ou má administração, mas de uma jogada irregular, realmente de “jogo sujo” O déficit, mais que comprovado, ocorreu porque as despesas cresceram e a receita enveredou pelo caminho oposto e aí surgem os desacertos do governo Juvenil: o inchaço no número dos servidores, os reajustes benevolentes a eles concedidos e o apadrinhamento político, comum a quase todas as administrações.
Sobre os erros de Juvenil, aliás, já tivemos a oportunidade de relatar e o principal deles, sem dúvida, foi a nova Planta Genérica de Valores, articulada pelo secretário Pedro Galindo, que reajustou consideravelmente o IPTU de muita gente. Sem dúvida foi uma das razões da impopularidade de Juvenil, embora este não admita. Outros foram a aplicação no Banco Rural, a falta de manutenção em pontos turísticos e mais alguns que seria fastidioso enumerar, pois são do conhecimento geral.
Algumas pessoas nos questionaram por que destacamos em nossos comentários os acertos da administração passada, se este jornal foi por ela prejudicado no final do mandato. Não se pode misturar as coisas. Num momento de avaliação como esse devem ser deixados de lado outros interesses. O jornalista precisa ser honesto para julgar o que foi feito de bom e de ruim e é isto que estamos fazendo. Nos últimos 4 anos não “vestimos a camisa” de Juvenil como alguns interpretam, apenas divulgamos as providências adotadas, elogiando-as ou criticando-as quando necessário. E é o que faremos com Geraldo Garcia, que conhece bem nosso procedimento, aplicado nos seus primeiros 8 anos de governo. Se for bem, merecerá nosso reconhecimento, se pisar na bola estaremos aqui para criticá-lo.