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OPINIÃO

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 30 de jan. de 2017
  • 2 min de leitura

Um abacaxi e um pepino para Geraldo


Conforme tivemos a oportunidade de comentar na “Palavra do Editor” desta semana na TV Taperá, o prefeito Geraldo Garcia está às voltas com os dois primeiros grandes desafios de sua administração: os cortes do Cartão do Material Escolar e o do transporte intermunicipal de alunos. Podem escolher a denominação que popularmente se pode dar a ambos: verdadeiros abacaxi e/ou pepino. A medida atinge dois públicos distintos: o Cartão do Material Escolar os comerciantes que trabalham com esse tipo de produto, o transporte intermunicipal uma considerável quantidade de estudantes universitários que frequentam escolas não existentes em Salto.

No que se refere ao Cartão do Material Escolar, criado na administração anterior, em seus primeiros dias de governo Geraldo anunciou que iria mantê-lo, porém fazendo algumas alterações para atender às exigências do Tribunal de Contas do Estado, já apontadas nas contas do ex-prefeito Juvenil. Posteriormente mudou de ideia, influenciado pelo parecer do advogado da Prefeitura junto ao TCE (o mesmo que prestava serviços a Juvenil). Ele alertou que o ex-prefeito poderá ser multado pelo Tribunal por não atender a recomendação, o mesmo podendo ocorrer com Geraldo. No entanto a exigência do TCE, além de se tratar apenas de um apontamento, é descabida: exige que a licitação seja aberta para todos e não exclusivamente para as livrarias, papelarias, etc. de Salto. Se isso fosse feito, uma empresa de Sorocaba ou Campinas, por exemplo, poderia vencer a licitação e os pais dos alunos teriam que se deslocar para essas cidades para fazer suas compras. Inexequível, não é mesmo?

Quanto ao transporte intermunicipal de alunos, a questão tem a mesma motivação do Cartão: a dívida deixada por Juvenil (24 milhões hoje, mas que pode chegar a mais 29 milhões até o final do ano), exige um corte de gastos drástico. Além da despesa prevista para este ano - em torno de 2,5 milhões de reais, segundo a Prefeitura – está terá ainda que pagar a dívida com a Nardelli e uma empresa de Itu, que fez o transporte no ano passado, de cerca de 1,6 milhão de reais. O prefeito tem se reunido com os estudantes e com as empresas, mas até agora não se chegou a um acordo e dificilmente se chegará. Geraldo, então, terá que suportar passeatas e outras manifestações dos estudantes na defesa do que consideram seu direito.

Esses dois abacaxis, pepinos ou seja lá que fruta ou legume deve rotular esses casos, está provocando os primeiros protestos: dos comerciantes porque – com a garantia dada por Geraldo de que o Cartão seria mantido – fizeram as compras necessárias, que agora podem encalhar nas prateleiras; dos estudantes porque vários deles não têm condições de pagar o valor da mensalidade às empresas transportadoras e podem até deixar de estudar. Se Geraldo não ceder, pelo menos alguns milímetros, os prejuízos à sua imagem perante partes importantes da população, serão inevitáveis.

 
 
 

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