top of page
Buscar

POLÍTICA SALTENSE

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 27 de fev. de 2017
  • 3 min de leitura

A “Dinastia Ferrari” na administração do município


Durante cerca de 1/4 de século uma família alternou três dos seus membros na administração do município de Salto, a família Ferrari. Por se tratarem de pessoas que nela militavam reconhecidas por sua conduta ilibada, merecedora do respeito, estima e da admiração da população, governou Salto por quase 25 anos, sendo responsável por diversos benefícios que o município recebeu.

A série de governos envolvendo a família Ferrari teve início em 1927, quando o imigrante italiano, Hilário, depois de atuar como vereador durante 7 anos, assumiu a Prefeitura, com a desistência do prefeito José de Almeida Campos. Na revolução que levou Getúlio Vargas ao poder, em 1930, ele foi substituído por um prefeito nomeado, o major José Garrido, que permaneceu em Salto até 1932, sendo substituído por Francisco de Arruda Teixeira. Mas em 1938 Hilário voltou à chefia do Executivo, porém por pouco tempo, pois o governo brasileiro não permitia o exercício do cargo por estrangeiros.

Durante sua primeira gestão à frente do Executivo saltense, Hilário enfrentou uma epidemia de varíola, iniciada no fim de 1926, que causou a morte de 42 pessoas. Naquela época os recursos financeiros eram insuficientes para administrar a cidade, sendo o orçamento que Hilário recebeu 30 “contos de réis” menor que o do ano anterior (de 130 para 90 “contos”). Assim mesmo realizou algumas obras, como a ponte de madeira com pilares de pedra e cimento, ligando a cidade à estação da Estrada de Ferro Sorocabana. Também teve atuação eficiente na área financeira, aumentando o orçamento de 1928 para 140 “contos de réis”.

Hilário era muito estimado pelos saltenses e no seu segundo mandato justificou essa simpatia, recuperando e construindo estradas e pontes municipais. Também na cidade sua atuação foi positiva, pois providenciou a colocação de guias e sarjetas nas ruas, construiu bueiros para o escoamento das águas pluviais e cuidou dos cruzamentos, que antes apresentavam profundas erosões.


Tita Ferrari e seu pai, prefeitos nas décadas de 1920 a 1950 – foto de 1938

Tita Ferrari – Quando Hilário teve que deixar o governo por ser italiano, em 1939, foi substituído por seu filho João Baptista Ferrari (Tita), que governou a cidade até 1945. Antes fora vereador e depois de 7 anos à frente do Executivo, teve que deixar o cargo por razões particulares. Porém voltou em 1948, quando foi eleito com expressiva votação, mas novamente teve que se afastar, pois fora nomeado pelo governador Adhemar de Barros diretor da Caixa Econômica Estadual, transferindo-se para S. Paulo.

Em seu primeiro governo, Tita incentivou as comemorações cívicas, realizou uma campanha para que a bandeira nacional fosse hasteada não só nas repartições públicas nos feriados, mas também nas indústrias, casas comerciais e até em residências; pavimentou 15 quarteirões de ruas centrais, construiu o jardim da praça da Matriz (atual Antonio V. Tavares); melhorou as estradas municipais, incentivou as bandas de música e o esporte.

No segundo mandato, iniciou um movimento para elevar Salto a comarca; desapropriou o quarteirão onde foi construído o Hospital Municipal e o Parque Infantil; doou o antigo Isolamento para a Sociedade São Vicente de Paulo; conseguiu que o Estado construísse a ponte sobre o Rio Tietê e a ponte da estação; junto à União pleiteou e obteve a construção do prédio dos Correios; trouxe para Salto a Escola Artesanal (atual profa. Leonor F. da Silva); obteve a instalação do Posto de Puericultura e Centro de Saúde junto ao Estado; iniciou o trabalho para a vinda de indústrias para Salto, isentando-as de qualquer imposto por 20 anos, conseguindo a vinda da Eucatex, Sivat e Emas; e com um grupo de amigos fundou o Clube dos Trabalhadores.


Orestes Ferrari, prefeito em 1951 – foto da década de 1980

Orestes Ferrari – Este outro membro da família Ferrari, Orestes, era vereador em 1951 quando Tita teve que se afastar, faltando apenas dois meses para o término do seu mandato. Orestes, que era um homem bastante prestativo, participando de diversos movimentos na cidade, dentre eles o Natal dos hansenianos saltenses internados no Sanatório de Pirapitingui; um dos fundadores do que se tornaria a Associação dos Romeiros de Salto, além de outros. Ficando cerca de 45 dias apenas à frente da Prefeitura de Salto, não teve tempo de realizar nenhuma obra importante.


Sucessores – Além de Hilário, Tita e Orestes, Salto contou com os préstimos de dois de seus sucessores: Antônio Oirmes Ferrari e Rosi Mari Aparecida Ferrari. O primeiro foi cogitado até como candidato a prefeito, o que não chegou a acontecer, mas foi eleito vereador em três ocasiões: 1964 a 1968, 1969 a 1972 e 1977 a 1982. Durante esse período apresentou projetos, requerimentos e indicações, além de muitos pronunciamentos da tribuna da Câmara, visando sempre o bem da comunidade.

Rosi Mari, por sua vez, também foi eleita por três vezes para o Legislativo local: de 1977 a 1981, de 1983 a 1988 e de 1993 a 1996. Foi a primeira mulher a ser eleita para a Câmara de Salto e sempre se constituiu numa vereadora combativa, que participava de praticamente todas as discussões e movimentos em favor da população.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Posts recentes

© 2017 Todos os Direitos Reservados - Valter Lenzi. Produto criado por Wix.com

bottom of page