CAUSOS
- Valter Lenzi
- 6 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
A flor do maracujá provoca duas ações hilariantes

Este causo já foi contado numa de minhas crônicas, mas não custa repetir para aqueles que não tiveram a oportunidade de lê-la, porque é muito engraçado. São dois os personagens: monsenhor Mário Negro, falecido, e Claide Pântano, ex-agente do INSS em Salto e pessoa bem relacionada na cidade, tendo participado de diversas entidades esportivas e sociais.
Numa missa na matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat, celebrada pelo sempre lembrado monsenhor, Claide foi comungar e na hora em que o sacerdote ia lhe ministrar a hóstia, ele parou, já com as mãos em direção à boca de Claide e lhe perguntou se ele não tinha conhecimento de alguma obra sobre a flor do maracujá, pois estava pretendendo escrever um trabalho a respeito. Claide, pego de surpresa, respondeu que iria verificar. A conversa em voz baixa entre ambos, que durou alguns minutos, chamou a atenção dos fiéis que lotavam a igreja. O que será que o Claide teria aprontado para o monsenhor parar o ato religioso para lhe dizer alguma coisa? Estaria chamando sua atenção? Aproveitava a ocasião para repreendê-lo por alguma atitude condenável praticada? Não deu para explicar que se tratava apenas de uma conversa entre amigos e a impressão errônea permaneceu.
Essa situação teve sequência alguns dias depois e de forma ainda mais hilariante: depois de encontrar o livro sobre a flor do maracujá, Claide dirigiu-se à casa do monsenhor Mário, na Rua Monsenhor Couto, próxima da matriz. Viu, através de uma das janelas, que o padre estava absorto na leitura e por isso chamou-o da calçada: “Monsenhor, sou eu!”. Para sua surpresa, o sacerdote nem se preocupou em ver quem o chamava, apenas esticou um dos braços e fez menção de entregar uma nota de 1 real, que na época ainda circulava. Claide repetiu: “Monsenhor, sou eu, o Claide!”.
- Oh, desculpe - respondeu o padre – pensei que era o morador de rua que todo dia vem pedir um dinheirinho pra comprar pão...