CAUSOS
- Valter Lenzi
- 13 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
O cofre do Sesi, um dos mais arrombados do mundo
O Supermercado do Sesi funcionou em Salto, inicialmente na Rua Dr. Barros Jr., em frente à Farmácia Socorro Mútuo e em seus últimos dias de funcionamento no prédio hoje ocupado pelo Supermercado São Roque, na esquina das ruas Itapiru e Rodrigues Alves, quase em frente à Delegacia. Tinha um cofre, no qual era depositada a receita do dia, pois o expediente se encerrava após o fechamento das agências bancárias, o qual foi arrombado sete vezes, no período de 1978 até 1989. Alguns saltenses até reivindicavam a inclusão do cofre do Sesi no Guinness Book, e se isso não ocorreu foi uma grande injustiça.
Na Delegacia de Polícia a notícia de arrombamento do cofre passou a ser até rotineira: quando ligavam pra lá, informando que haviam arrombado um cofre na cidade, não precisava nem completar a informação, o policial logo respondia: “O cofre do Sesi, né?”.

Na primeira vez em que o fato aconteceu (1978), o episódio acabou consagrando um herói, o motorista de táxi João de Souza, conhecido como “João Coragem”. Ele foi mesmo corajoso, conseguindo levar os dois ladrões até o pátio da Delegacia, onde foram presos. Com ferramentas que furtaram de uma construção da Prefeitura, nas proximidades, arrombaram o vitrô do prédio e, num trabalho paciente e demorado, conseguiram arrombar uma das laterais do cofre, cortando o metal, uma camada de concreto e outra de metal.

Apoderaram-se de 220 mil cruzeiros e uma boa quantidade de mercadorias. Após o furto foram dormir num matagal próximo, dormiram tanto que perderam o ônibus para Campinas, por isso chamaram o táxi do João Coragem, que desconfiou deles e levou-os até a Delegacia para serem presos.
Numa outra vez os ladrões levaram 25 mil cruzados novos, cerca de 35 mil dólares, o que se constituiu no furto mais rendoso, mas na maioria dos assaltos não valeu muito a pena, pois o movimento no supermercado do Sesi tinha caído bastante. Ele foi fechado, não por causa dos arrombamentos, mas porque as vendas caíram bastante.