OPINIÃO
- Valter Lenzi
- 20 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Finalmente ele falou
Depois que fizemos algumas cobranças, finalmente o ex-prefeito Juvenil Cirelli resolveu se manifestar e o fez nesta semana, através de uma entrevista coletiva. Este jornal não foi convidado, mas apenas um dos seus jornalistas, Nelson Lisboa, mas nem por isso estamos deixando de publicar, resumidamente, o que ele afirmou. Um dos principais assuntos por ele abordados foi em relação à dívida deixada por sua administração, quando argumentou que não deixou um débito de cerca de 30 milhões, como Geraldo divulgou, mas 13 milhões, como o Executivo respondeu a um requerimento do vereador petista Antonio Cordeiro. O ex-prefeito não deve ter lido a resposta que o atual prefeito deu ao requerimento de Cordeiro, ou se leu prefere dar outra interpretação. Geraldo respondeu que “em conformidade com os levantamentos já efetuados, as dívidas não contabilizadas correspondem a um montante de R$ 13.084.318,11”. Ele não se referiu às dívidas contabilizadas também, apenas as que não o foram. Já a secretária de Finanças, Janaína Bassetti, informou à Câmara, na resposta que deu sobre as notas não contabilizadas, que existem processos que podem encontrar uma quantidade maior de novas que não tiveram contabilização.
Conversamos nesta semana com a secretária Janaína Bassetti, que deu explicações sobre a dívida: 13 milhões seriam as notas não contabilizadas; outros 4,5 milhões se referem a uma dívida com a Corpus (que segundo o ex-secretário Paulo Soranz poderia chegar a 7 milhões); mais 7,8 milhões referentes à caução com a CSO, que não foram depositados, e ainda 15 milhões correspondentes ao déficit orçamentário, pois os valores constantes do orçamento não seriam suficientes para realizar os pagamentos previstos, o que tem levado a Prefeitura a cancelar alguns contratos. O total, então, seria superior aos 30 milhões anunciados no início do ano, quando ainda não se tinha uma ideia de toda a situação.
O ex-prefeito procurou se justificar também sobre outros assuntos, como o cartão do material escolar, cuja extinção teria se baseado em questões políticas; as extinções de duas secretarias, que considerou um retrocesso e também (acreditem) se manifestou favorável à cobrança da taxa de R$ 27,00 por mês pela manutenção dos túmulos. Não se esperava outra coisa de Juvenil e de qualquer outro político em sua situação. Teve seus méritos, mas certas coisas que pretende justificar, agora que o últimos vagões do trem da sua história como político estão passando, vai ser difícil de aceitar.