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POLÍTICA SALTENSE

Joseano Costa Pinto, um nome de destaque da política local


Joseano foi vereador em quatro legislaturas e uma vez prefeito

De 1952 a 1973, durante 21 anos, portanto, Joseano Costa Pinto foi uma figura de destaque da política saltense. Nesse período, foi vereador em quatro períodos (1952 a 1955, 1956 a 1957, 1960 a 1963 e de 1969 a 1972), ocupando a presidência da Câmara durante 3 anos seguidos (1953, 1954 e 1955). Elegeu-se prefeito em outubro de 1963, cumprindo o mandato de 1964 a 1968 (1 ano de prorrogação).

Antes de ingressar na política foi professor substituto no Grupo Escolar Tancredo do Amaral, em 1950, passando à função de exator estadual, no ano seguinte, por concurso público. Também por concurso público exerceu o cargo de fiscal de rendas estadual, a partir de 1976 até seu falecimento, em 1981.

Com seu vice José Scarano, quando foram indicados candidatos a prefeito e vice por “Chinchino” – 1963

Como vereador, Joseano teve ativa participação, a princípio fazendo parte da facção comandada por Vicente Scivittaro, sendo um dos seus principais defensores no período em que “Chinchino” ocupou o cargo de prefeito. Quando se elegeu, rompeu com ele, porque “Chinchino” queria “continuar mandando”, como se dizia na época, e passou a ter o apoio da facção contrária, comandada pelo deputado Archimedes Lammoglia e integrada por Mário Dotta, Hélio Steffen, Antônio Oirmes Ferrari e outros, que foi importante para que ele conseguisse tornar realidade muitos dos seus projetos.

Joseano era um grande orador e isso contribuía para que ele tivesse um número muito grande de admiradores. Rivalizava com Hélio Steffen e Mário Dotta, principalmente, nos comícios e alguns dos seus bordões ficaram famosos quando, por exemplo, iniciava sua fala e chamava os presentes de “povo excelentemente bom e excelentemente amigo de Salto”, arrancando aplausos entusiasmados da plateia.

Recebendo o diploma em 1963, como prefeito de Salto, do dr. Clineu de Mello Almada

Como prefeito começou mal e era alvo de muitas críticas por parte dos adversários políticos e dos dois jornais locais, Taperá e O Trabalhador”. Quando passou para a facção contrária, passando a ter o apoio do deputado Lammoglia e da maioria dos seus vereadores, realizou grandes obras, chegando a ser considerado pelo combativo e franco vereador Alcides Victorino de Almeida, na década de 1980, como “o melhor prefeito que Salto já teve”.

Foram dezenas de obras realizadas nos dois últimos anos de mandato, principalmente às causas da educação, como a construção pela Prefeitura do Parque Escola João Baptista Dalla Vecchia; prédios anexos do Colégio Paula Santos, escolas Tancredo do Amaral e Cláudio Ribeiro da Silva, além da construção de novas salas de aula, biblioteca, almoxarifado, oficinas e quadra de esportes do Ginásio Industrial (atual Escola Profa. Leonor).

Na inauguração do Restaurante do Salto, com o proprietário Rondina e padre Mário Negro – 1968

Construiu também diversas praças, como a XV de Novembro, da Saudade, em frente à igreja São Benedito, Santa Lúcia e Ângelo Telesi. Obras importantes foram também a construção do Restaurante do Salto (hoje Memorial do Rio Tietê), ponte sobre o Córrego Ajudante, adaptou o atual prédio da Prefeitura para

No almoço de instalação da comarca com sua esposa Romilda – 1968

nele instalar o Fórum na criação da comarca, terminou a construção do Matadouro da Vila Teixeira, deu continuidade ao calçamento da cidade, adquiriu vários veículos, realizou obras na Praça 31 de Março (atual Archimedes Lammoglia), conseguiu a instalação da agência da Caixa Federal, implantou uma repetidora de TV, iniciou a arborização das vias públicas da cidade plantando mais de 2.000 mudas, etc.

Com o então vereador Hélio Steffen, na adutora do Piraí, a sua grande obra – 1968

Sua mais importante obra foi no setor de abastecimento de água, que era o maior problema da cidade. Ele implantou a adutora do Piraí, que até hoje abastece a população saltense e iniciou a construção da Estação de Tratamento de Água do bairro Bela Vista, inaugurada no início da gestão seguinte de Jesuíno Ruy. Com o apoio do deputado Lammoglia e de vereadores da época, conseguiu um empréstimo vultoso junto à Caixa Econômica Estadual, que permitiu tornar realidade essas importantes obras, que marcaram seu governo.

Após seu falecimento, ocorrido em 3 de março de 1981, Joseano foi homenageado pelo município, com a denominação de uma rua que atravessa a Vila Progresso e a Vila Flora. O Estado também o homenageou, dando seu nome à escola do Jardim Nossa Sra. do Monte Serrat.


A rapadura que foi para mãos erradas

Trabalhei com Joseano Costa Pinto no prédio que abrigava a Coletoria Estadual e o Posto de Fiscalização Estadual. Ele trabalhava na coletoria, como exator e eu no Posto, como escriturário. Nos horários de folga a gente sempre conversava, fazia gozações e brincadeiras, como ocorre em alguns locais em que o serviço não exige muito dos funcionários.

Certo dia apareceu na Coletoria um homem vendendo rapadura, em tabletes, e eu que sempre apreciei esse tipo de doce, comprei dois, que foram embrulhados num papel adequado pelo vendedor. Joseano não estava e, quando ele chegou e soube que eu havia feito a compra, se lamentou e comentou que quem gostava de rapadura era sua esposa, dona Romilda. Resolvi, então, fazer uma brincadeira com ele, sem medir as consequências de que ela iria também atingir sua esposa, mas no dia seguinte eu corrigiria, dando o destino correto à rapadura. Fiz um novo embrulho, só que ao invés de colocar os dois tabletes, coloquei duas tábuas pequenas, do mesmo tamanho, fechei com durex e ofereci a ele. “Leve para sua esposa, ela vai gostar”.

No dia seguinte, esperei Joseano comentar sobre a rapadura, mas ele não dizia nada. A certa altura, perguntei-lhe se a esposa havia gostado da rapadura e, para minha surpresa, ele respondeu:

- Ao sair ontem à tarde daqui, passei em frente à casa do Luiz Milanez [que ficava na esquina da Avenida D. Pedro II com a Rua 23 de Maio]. Ele estava sentado ao lado de sua esposa e ela, ao me ver com o pacote, perguntou se eu estava levando um presente pra minha esposa. Quando falei que era rapadura, ela revelou que esse era um dos seus doces preferidos e eu, então, procurando ser gentil, fiz questão de entregar a rapadura pra ela, que agradeceu bastante.

Já imaginaram a cena, quando a esposa do Luiz Milanez abrisse o pacote e visse que lá tinha duas tabuinhas, ao invés da rapadura?

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