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CAUSOS

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 27 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

Reações contra os que chamavam a cidade de “Salto de Itu”


Romeu, Zequinha e Edgar: Salto de Itu não!

Hoje isso não ocorre com muita frequência, mas houve uma época em que acontecia com frequência pessoas de outras cidades chamarem a cidade fundada por Antonio Vieira Tavares em 1698 de “Salto de Itu”. Alguns saltenses reagiam indignados, pois desde 1917 o município passou a chamar-se simplesmente “Salto”, mas nem todos conhecem nossa história e por isso era mais fácil se referir a nossa cidade erradamente, tendo em vista que outros “Saltos” existem no estado e em até outras partes do país. Inclusive na região de Sorocaba, à qual pertencemos, tem o Salto de Pirapora.

Uma pessoa que sempre se revoltava era o advogado saltense, que faleceu na capital há alguns anos, o dr. Romeu Guarnieri. Quando um jornal paulistano registrava “Salto de Itu”, ele prontamente enviava uma carta ao órgão de imprensa solicitando a retificação. Fez isso tantas vezes que um desses jornais, O Estado de S. Paulo, fez constar em seu Manual de Redação e Estilo, para ser seguido pelos seus jornalistas, repórteres, etc. Lá consta o verbete:

Salto – E não “’Salto de Itu’”.

Conhece-se alguns casos engraçados de saltenses que não admitem que a cidade não seja chamada de simplesmente Salto. Foi o que aconteceu, por exemplo com o saudoso Zequinha Costa Pinto, irmão dos ex-prefeitos Josias e Joseano. Ele era agente de seguros da Sul América e recebia muitas correspondências da regional dessa companhia. Em várias delas constava “Salto de Itu”, que ele imediatamente devolvia, o que às vezes causava problemas, pois os prazos venciam. Mas ele não queria saber: dizia para seu chefe de Campinas que as correspondências eram para outras cidades e não para uma que se chamava simplesmente Salto.

Um outro radical nesse aspecto era o empresário Edgar Fabbri, cujo amor pela cidade onde vivia levava-o a tomar algumas atitudes drásticas. Foi o que aconteceu certa ocasião, quando precisava entrar em contato com uma cidadezinha do Rio Grande do Sul, na década de 1960. As ligações naquela época até para cidades próximas, como São Paulo, Campinas, etc., demoravam horas, para outro estado, então a demora era muito maior. Edgar tentou durante um dia todo falar com o Rio Grande do Sul, permanecendo algumas horas no local onde as ligações eram feitas, num imóvel da Rua José Weissoh, em frente ao jardim, ou esperando em sua empresa, a Fecularia Saltense. Ficou dois dias tentando, até que no terceiro a ligação finalmente foi completada.

A telefonista que o atendeu, no Rio Grande do Sul perguntou quem iria falar e Edgar respondeu, dando seu nome e o de sua cidade, Salto.

- “Salto de Itu?”, perguntou a telefonista.

Edgar sequer respondeu: desligou imediatamente o telefone, em sinal de protesto, apesar de levar tanto tempo para conseguir falar com a cidade rio-grandense.


Situação melhorou

Não só em virtude das reclamações dos saltenses, mas também pelo fato de Salto se destacar em vários setores, muitas pessoas deixaram de nos chamar de forma errada. Pode-se citar o fato de aqui estar instalada a única fábrica de papel moeda do país, além da Eucatex e outras empresas importantes; a poluição do Rio Tietê, que tem sido muito focalizada pelos canais de televisão, assim como de outros fatos significativos. Certa feita muitos saltenses ficaram satisfeitíssimos quando um famoso comediante, Chico Anísio, se referiu a Itu, em sua Escolinha do Professor Raimundo, como “aquela cidade próxima a Salto”, para identificá-la. Geralmente era (e ainda é) o contrário, porque Itu é mais famosa, em virtude dos seus exageros e por ser o Berço da República, mas como não há regra sem exceção...

 
 
 

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