CAUSOS

Nomeando a mulher errada (a amante)

Hoje é mais difícil de acontecer, mas a partir da década de 1950 até a de 1970, principalmente, os deputados podiam indicar as pessoas que desejassem para assumir cargos nas áreas estadual e federal. Realizavam-se concursos, mas eles sempre davam um jeitinho de conseguir a nomeação.

Certa feita o amigo de um vereador saltense solicitou a nomeação de uma pessoa que disse ser sua esposa para um cargo de servente ou de inspetora de alunos num dos estabelecimentos estaduais que funcionavam na cidade. Demorou algum tempo, até que um dia saiu no Diário Oficial o nome da indicada como nova funcionária do estabelecimento. O deputado, então, ligou para o vereador e deu-lhe a boa nova.

Mais do que depressa o vereador resolveu fazer a comunicação ao seu amigo e se dirigiu até a casa dele. Bateu na porta e quem o atendeu foi a mulher do seu amigo:

- Boa tarde, minha senhora, seu esposo está?

- Não, ele saiu um pouco. É só com ele? – respondeu a mulher.

- Bem, pode ser com a senhora mesma. Como deve saber, ele pediu-me que conseguisse sua nomeação para trabalhar numa escola local. Eu fiz o pedido através do deputado e hoje saiu no Diário Oficial.

- Eu trabalhar numa escola? Nomeação no Diário Oficial. Ué, ele não me disse nada...

- Talvez ele queira lhe fazer uma surpresa, mas não tem problema. Aqui está o recorte do Diário Oficial e quando ele chegar a senhora avisa que eu estive aqui. Felicidades para a senhora em seu novo trabalho.

Quando o vereador estava saindo, a senhora pegou o recorte do jornal, leu e teve uma grande surpresa:

- Não fui eu quem foi nomeada, mas aquela sirigaita com quem ele tem andado ultimamente. Ele vai ver quando chegar em casa...

O vereador saiu rapidinho, lamentando que não sabia que o emprego era para a amante...