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POLÍTICA SALTENSE

Pilzio: 2 vitórias e 4 derrotas em

26 anos de disputa pela Prefeitura


Pilzio foi duas vezes prefeito de Salto, em épocas diferentes - 2001

Depois de ter ocupado uma cadeira na Câmara (de 1969 a 1972, interrompida em virtude do seu mandato ter sido extinto), Pilzio Nunciatto Di Lelli conseguiu uma vitória na eleição para prefeito de 1982. Perdeu nas disputas de 1988, 1992 e 1996, mas “renasceu das cinzas” no ano 2000, quando voltou à Prefeitura.

Nesse período de 26 anos de participação nas eleições municipais, suas votações oscilaram muito: 6.676 votos em 1982 (1º colocado, 51% da votação); 4.773 votos em 1992 (3º colocado, 13%); 4.843 votos em 1996 (5º colocado, 11%); 19.523 votos no ano 2000, a maior votação da carreira (eleito com 39%); 3.669 em 2004 (3º colocado, 7%); 543 votos em 2008 (4º e último colocado, sua pior votação, 9% da votação).


Um dos grandes problemas que enfrentou foi com os prefeitos de Itu (principalmente) e Indaiatuba, na disputa pelas águas do Piraí – 1986

Extinção do mandato – Pilzio iniciou sua carreira política como vereador, sendo eleito em 1968 pelo MDB. Juntamente com Fernando de Noronha, da Arena, seu mandato foi extinto por faltar a 3 sessões seguidas da Câmara convocadas pelo prefeito municipal em março de 1972. Três meses depois ambos reassumiram seus cargos, pois a Justiça lhes concedeu liminar, mas em setembro o Tribunal de Justiça confirmou o afastamento de Pilzio por unanimidade de votos.


Inaugurando, com o vereador Araldo Bertani, a nova sede da Guarda Municipal – 1976

1ª vitória – Sua primeira vitória Pilzio conseguiu graças ao apoio de Jesuíno Ruy, de quem foi vice, no período de 1977 a 1982. Foi um triunfo difícil, sobre Eugênio Coltro, com quem vinha “brigando” nas pesquisas feitas pelo Taperá, que só se decidiu nos últimos dias. A diferença entre ambos foi de apenas 586 votos (7.913 a 7.327). No entanto, cinco meses depois de eleito, Pilzio rompeu com Jesuíno, que era seu assessor de Obras e se demitiu. Segundo a justificativa de Pilzio, ele pretendia influir na administração, tirando seu poder, além do fato de ter anunciado que assumiu a Prefeitura com uma dúvida deixada por Jesuíno.


Com diretores da Emas-Mandi e jogadoras, na formação da equipe de basquete – 1988

Candidato a deputado – Por duas vezes Pilzio foi candidato a deputado estadual: em 1978, quando ocupava o cargo de vice-prefeito, vencendo em Salto o deputado Archimedes Lammoglia por 5.500 votos contra 3.383. No entanto, a votação de Lammoglia em todo o Estado foi bem maior, o que lhe valeu a reeleição; em 1998 foi um dos 4 candidatos de Salto (2 para federal – Jesuíno Ruy e Bombeiro Gilvan) e 2 para estadual (ele e Hélio Steffen Filho). Foi o mais votado dos quatro no Estado, obtendo 10.808 votos.


Em sua primeira administração, Pilzio construiu um coreto, que inaugurou - 1987

Balanço do 1º governo – Durante seu primeiro governo Pilzio foi muito criticado pelos vereadores, imprensa e pela própria população. No entanto, apresentou alguns pontos positivos, como nos setores da Educação, Saúde e Segurança, mas isso não serviu para manter sua imagem junto à comunidade saltense. Uma de suas principais realizações foi concluir o Hospital Municipal e fazê-lo funcionar. Na área da Saúde também arquitetou uma nova estrutura para o atendimento médico, via Central de Saúde pública e postos de saúde.

Acompanhado de Jesuíno Ruy, que o apoiou, e Alberto A. Ferrari, seu vice, com o chapéu de palha símbolo da campanha – 1982

Na Educação teve uma atuação destacada, conseguindo a instalação de escolas municipais, ampliou outras, construiu centros comunitários e educacionais e implantou a Rede Municipal de Ensino; implantou pré-escolas; priorizou o ensino supletivo de 1º e 2º graus; criou o Programa de Saúde Escolar e, com a Central de Alimentos, construída em seu governo, melhorou a merenda escolar.

Na área da Segurança criou a Guarda Municipal, fazendo com que ela fosse modelo para outras cidades. Ele também apoiou a Cultura, reformando o Teatro Municipal Giuseppe Verdi e dinamizou o Conservatório Municipal.

Realizou obras importantes, como a melhora da adutora d’água, com implantação de novos equipamentos, construiu o Terminal Rodoviário, pavimentou diversos bairros e atuou em diversas outras obras menores.

Abraçado por Jesuíno na Prefeitura, na posse da 1ª eleição – 1983

Perguntava-se, ao final do seu mandato, se seu governo teve tantos pontos positivos, por que recebeu tantas críticas? O jornal Taperá comentou na época que talvez seu maior erro tenha sido o de não se entender com a Câmara, não foi capaz de descentralizar sua administração, confundiu o conceito de participação popular e mostrou-se lento em tomar decisões importantes, além de ter-se descuidado da manutenção básica da cidade.


Novas instalações da Adutora do Piraí, uma de suas grandes obras – 1987

2ª vitória – Depois de um governo considerado ruim pela maioria da população, Pilzio voltou com tudo no ano 2000 para surpresa geral. Nas primeiras pesquisas realizadas pelo Taperá ele apareceu em primeiro lugar e manteve sempre essa posição, bem à frente dos demais candidatos (Angelo Nucci, Juvenil Cirelli, Jesuíno Ruy e João Guido Conti). Foi obra do acaso, pois ele havia ido muito mal em duas eleições anteriores, não atingindo 5.000 votos e em 2000 chegou quase aos 20 mil. Depois, no entanto, não conseguiu repetir essa excelente votação, caindo para menos de 600 votos em 2008, sua última disputa.


Pilzio participa da inauguração do Teatro Municipal, que reformou – 1988

Balanço do 2º governo – Assim como no final do primeiro governo, Pilzio saiu “bem por baixo no segundo”, embora não tenha feito uma má administração em alguns setores da cidade, principalmente na Educação, que sempre foi o seu forte. Os eleitores, porém, levaram em conta outros fatores para reprovar sua administração. O da Saúde, por exemplo, que foi bem no 1º governo, mereceu muitas críticas pelo mau atendimento no Hospital Municipal e nas unidades de saúde. A manutenção da cidade também sofreu críticas, pois a quantidade de buracos nas vias públicas nunca tinha sido tão expressiva. Não se pode destacar também alguma grande obra, ao contrário de sua gestão anterior.

Destaque para a área da Educação, que contou com a implantação e reforma de um grande número de escolas, verificando-se um crescimento muito expressivo no número de vagas oferecido aos estudantes saltenses.

Eleito em 2000, em sua segunda vitória a prefeito de Salto – 2000

Além disso, houve um grande desenvolvimento do município como um todo. Segundo dados do Governo do Estado, Salto cresceu 147% a mais que o crescimento do Estado no ano anterior. São Paulo teve elevação de 8,7% no valor adicionado, ou seja, no que arrecada de ICMS, enquanto o município cresceu 21,5% em decorrência do aumento de empresas em várias áreas. O número de novos empregos também cresceu, pois o governo Pilzio teria trazido, segundo suas informações, 40 novos empreendimentos industriais e comerciais que representaram mais de 6.000 novas vagas.


Com Franco Montoro, numa visita do governador a Salto – 1986

Primeiro desentendimento – Um fato curioso no relacionamento do jornal Taperá com Pilzio aconteceu no início da sua segunda gestão, em 2001, quando tivemos com ele o primeiro desentendimento. Como os anteriores prefeitos, ele recebia a imprensa local às quartas-feiras em seu gabinete. Na primeira entrevista coletiva, conversamos sobre vários assuntos e quando ela se encerrou, pediu que permanecêssemos na sala. Tirou, então, de uma gaveta o recorte da coluna do Boca-de-Siri, que mostrava o desenho do funcionário e vereador Alcides Victorino de Almeida, o “Cidão”, lendo jornal e assistindo televisão num cômodo ao lado do prédio da Prefeitura, onde ele tinha sido isolado pelo ex-prefeito Jesuíno, em virtude do desentendimento político entre ambos.

Contato com o governador Geraldo Alckmin – 2001

Em altos brados, Pilzio afirmou que aquela era uma mentira, pois desde que assumira tinha suspendido o “exílio” do “Cidão”. Coincidentemente, antes de ir para a entrevista com Pilzio eu tinha passado pelo cômodo onde “Cidão” se encontrava e por isso prontamente respondi que não era mentira, pois o vereador ainda se encontrava naquele local. Pilzio retrucou, eu então propus que fôssemos até lá para constatar. “Se ‘Cidão’ não estiver lá, engulo tudo que está em sua mesa” (papéis, processos, grampeador, etc.), disse-lhe.

Pilzio com a esposa Iracema, numa das homenagens de que foi alvo – 2003

Nesse momento entrou na sala o chefe de Gabinete de Pilzio, que o informou da visita de ex-companheiros seus da Eucatex, que vieram cumprimentá-lo. Pilzio saiu da sala para recebê-los e eu permaneci para aguardar o desfecho de nossa discussão. Foi quando o chefe de Gabinete me disse que eu teria que me “adaptar” ao novo governo. Já irritado, respondi-lhe que quem tinha que se adaptar era o novo governo, à minha pessoa e ao jornal Taperá. E sai imediatamente da sala, dirigindo-me para a outra. Para minha surpresa, Pilzio chamou-me e me apresentou aos seus ex-companheiros da Eucatex, informando-lhes que eu era um jornalista competente, diretor do principal jornal da cidade, etc.

Fiquei pasmo: como alguém que pouco antes tinha discutido seriamente comigo, agora me dispensava um tratamento tão oposto? Era um procedimento próprio de Pilzio, que mudava de atitude rapidamente, surpreendendo aquele com quem se desentendia. Pra mim o episódio serviu para firmar minha posição perante a administração, demonstrando minha independência e a do jornal que represento.

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