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CAUSOS

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 15 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Ácido, fogo, ameaças e até mordida

contra um Plano de Saúde em 1983


O então prefeito Pilzio Nunciatto Di Lelli pretendeu implantar na cidade um Plano Municipal de Saúde e isso provocou grandes reações por parte de pessoas ligadas à Saúde Pública saltense. Elas foram inclusive criminosas, e atingiram não só o patrimônio, mas também colocaram em risco a própria vida de pessoas envolvidas.

Começou quando jogaram um corrosivo no carro do chefe da equipe que implantava o Plano na cidade, danificando-o. Depois tentaram colocar fogo no Parque Infantil da Rua Prudente de Moraes, onde a equipe do Plano mantinha seu “quartel general”. Telefonemas ameaçadores foram dirigidos à vereadora Rosi Mari Aparecida Ferrari, que defendia a implantação, com a advertência dela “não se meter com os médicos”, sem contar os bilhetes anônimos enviados à esposa de um dos principais responsáveis pela elaboração do Plano.

Numa segunda etapa, que teve o fogo como item principal, dias depois, tentaram incendiar o Monza do prefeito, na garagem de sua residência. Surgiu um incêndio criminoso também no depósito de papel Padreca e contra o veículo de uma enfermeira padrão do Hospital local.

O colunista do Taperá, Boca-de-Siri comentava que o maior suspeito era o imperador Nero, que lidava com fogo, mas ele tinha um álibi: morrera há centenas de anos. O colunista alertava ainda que não se devia brincar com fogo numa época daquelas, lembrando a célebre frase de Vicente Matheus, o folclórico presidente do Corinthians: “quem brinca com fogo pode se molhar”...


Mordida – Na mesma época, em virtude daquele clima médicos x prefeito e vice-versa, o prefeito Pilzio pretendeu dispensar uma médica contratada para o Programa de Saúde do Trabalhador, além de um médico cardiologista saltense. No dia em que se realizava a vacinação contra a paralisia infantil, alguns médicos aproveitaram para elaborar um abaixo-assinado contra as demissões. A médica-chefe do Centro de Saúde, prevendo que a demissão dos dois médicos faria com que todo o pessoal envolvido no Programa se demitisse em solidariedade aos profissionais, apoiou o abaixo-assinado, mas teve um desentendimento com o prefeito Pilzio. Este foi até o Centro de Saúde para impedir que continuasse a coleta de assinaturas e quando ia levando embora os papéis, a médica-chefe solicitou que ele não fizesse isso. Ela tentou tirá-los das mãos do prefeito, mas como não conseguia, deu uma mordida em sua mão e esse episódio foi parar nas páginas do jornal Taperá. Diz-se na linguagem jornalística que se um cão morder uma pessoa não é notícia, mas é se uma pessoa morder um cão. Também é notícia – e com muito mais razão – quando uma médica morde um prefeito...

 
 
 

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