POLÍTICA SALTENSE
- Valter Lenzi
- 22 de mai. de 2017
- 3 min de leitura
João Conti realizou 3 antigos sonhos da
população, mas não se reelegeu

A política, como o futebol, é uma “caixinha de surpresas”. Aconteceu com um dos últimos prefeitos de Salto, João Guido Conti, que foi vice-prefeito na gestão de Eugênio Coltro (1989-1992), conseguindo se eleger para a chefia do Executivo em 1996, com mandato de 1997 ao ano 2000. Ele realizou três antigos sonhos da população, mas não conseguiu se reeleger na eleição de 2000, obtendo, aliás, uma votação ridícula: 2.647 votos, ficando em último lugar (concorreram 5 candidatos).
Tivera outros dois insucessos em eleições municipais: em 1992, quando colocou-se em 2º lugar, atrás de Jesuíno Ruy, que foi o eleito, obtendo uma boa votação (11.006 votos) e em 2004, quando teve sua pior votação, que o fez desistir de concorrer nos anos seguintes: apenas 473 votos (último colocado novamente).

Ele não recebeu, ao final do seu mandato, o reconhecimento do povo saltense, apesar de ter conseguido atrair duas faculdades, a elevação da cidade à estância turística e solução por algum tempo do problema da falta de água em grande parte da cidade. Os analistas políticos consideravam que o prefeito que conseguisse tornar realidade pelo menos um desses três sonhos, ganharia um grande prestígio e teria chances de governar a

cidade por longo período. Com João Conti, porém, isso não aconteceu, apesar de ele ter realizado alguns outros trabalhos importantes em sua administração. Uma das principais razões do seu insucesso, teria sido a colocação de radares em vias públicas da cidade, em seu último ano de governo (2000), estabelecendo o limite máximo de 50 km/h. Isso ocasionou um

grande número de multas, o que deve ter contribuído para que perdesse uma quantidade considerável de votos (caiu de 12.606 votos em 1996 para 2.647 votos em 2000 – quase 10 mil votos a menos). Outro problema, esse de origem nacional, mas que deve também ter sido levado em conta, foi que em seu governo houve um grande surto de desemprego e evasão de indústrias, o que o levou a tomar medidas de incentivo a algumas delas para reverter o quadro.

Realizações – Com relação aos três fatos mais importantes de sua administração, destaca-se seu trabalho para dotar Salto de sua primeira faculdade, a Sant’Anna, iniciado em 1998 e concluído em 1999. João também se empenhou para a instalação da Faculdade Cidade de Salto (atual Ceunsp), que ocorreu no primeiro ano do governo que o sucedeu (de Pilzio N. Di Lelli). Quanto à solução parcial, mas de grande importância, no abastecimento de água na cidade, ele utilizou o Rio do Buru para melhorar o fornecimento, principalmente para a região noroeste, inclusive alguns condomínios ali instalados. Por último, a transformação de Salto em estância, ocorrido em 1999, contou com a colaboração de outras forças políticas da cidade, como vereadores, deputados, etc., mas teve o mérito de participar ativamente para transformar em realidade mais esse antigo sonho.

No que se refere a outras realizações, pode-se citar o cumprimento do seu plano de governo nos setores da Saúde, Educação e Social. Instalou também escolas profissionalizantes, inclusive do Senai; ampliou escolas municipais e melhorias nas estaduais; eliminou favelas e invasões de terras, construindo mais de 500 casas para substituir os barracos, em parceria com a Pastoral da Moradia ou pelo sistema de mutirão; investiu no saneamento básico, levando as redes de água e esgoto para vários pontos do município; no que se refere às obras, construiu a barragem do Rio Buru, além de estação de tratamento e reservatório em vários bairros; criou uma malha interligada, trocando todo o sistema de bombas para melhor captação do Piraí e Conceição; acabou com o “Lixão”, construindo o Aterro Sanitário.

Também investiu na Cultura, criou a lei de novos símbolos municipais (brasão, bandeira e hino) e o Projeto “Ser Cidadão”, que homenageou figuras ilustres da cidade; construiu o Monumento ao Imigrante, na Avenida D. Pedro II, esquina com a 9 de Julho; editou dois livros: da história de Salto e das vias públicas de Salto, de Ettore Liberalesso; programou extensa comemoração dos 300 anos do município, em 1998; regularizou vários loteamentos; iniciou estudos para um novo Plano Diretor e desapropriou diversas áreas para novas avenidas interligando bairros.
