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CAUSOS

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 22 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Jornalista da “Folha” é processado por

ridicularizar ex-prefeito de Salto


A publicação feita na “Folha de S. Paulo” em meio de 1985

Em maio de 1985 o jornalista responsável pela coluna “Contraponto”, da Folha de S. Paulo, Remo Franco, fez uma publicação sobre “um ex-prefeito peemedebista de Salto (SP)”, cujo nome não declinou. Ele relatou que esse prefeito comprou um par de sapatos para sua esposa e pretendia que a Prefeitura efetuasse o pagamento, mas o tesoureiro do município alegou que não tinha como lançar essa despesa. O ex-prefeito, então, pediu que ele a lançasse no item “calçamento e asfalto”, como se ele entendesse que como os sapatos eram um tipo de calçado, o gasto poderia ser incluído na verba para calçamento.

O fato deve ter feito muita gente rir, inclusive em Salto, onde os contrários ao ex-prefeito Jesuíno Ruy tinham a certeza que ele era o personagem principal da história. Diziam até que, na verdade, ele tinha dito “carçamento” e não “calçamento”. É que as pessoas que não aceitavam o fato de Jesuíno gozar de um prestígio muito grande na cidade, procuravam desmoralizá-lo, contando alguns fatos que na verdade não teriam ocorrido.

A publicação levou Jesuíno a ingressar na Justiça, através do advogado Ottoni Soares, contra o jornalista Remo Franco, por considerar seu escrito ofensivo à sua honra, já que entendeu que o ex-prefeito peemedebista a que ele se referia, só poderia ser o autor da ação, Jesuíno Ruy, pois ele era o único integrante do PMDB que havia sido eleito para a chefia do Executivo saltense.

Na ação consta que a notícia era falsa e se valeu de “humor irresponsável de quem quer aparecer, com a intenção clara de ofender, moralmente, o requerente [Jesuíno], atribuindo-lhe a prática de crime de peculato, um crime contra o patrimônio da Prefeitura, mediante desvio de verba pública municipal, na compra de um par de sapatos”. Prossegue afirmando que “se a intenção maligna do notificado é brincar com a honra alheia, é necessário que ele saiba que tudo tem limites. No caso do humor irresponsável por ele imaginado, ele foi muito além do moralmente permitido, atingindo a esfera do ilícito penal”.

Ao final, o advogado pedia que Remo Franco fosse notificado para explicar qual o nome do ex-prefeito peemedebista de Salto a que ele se referia, em que exercício financeiro ocorreu a compra do par de sapatos com verba pública e o nome da pessoa que na ocasião ocupava o cargo de tesoureiro municipal.


Saiu “caro” para o jornalista da “Folha”

O jornal “Taperá” publicou a notícia da abertura de processo contra o jornalista Remo Franco

O jornalista foi notificado, sendo marcada sua oitiva para uma audiência no Fórum de Salto, para onde ele se dirigiu alguns meses após a publicação. Antes de vir, ele me ligou e perguntou se havia outras histórias envolvendo o ex-prefeito Jesuíno e pedindo-me para confirmar se essa do par de sapatos realmente aconteceu. Respondi que os adversários políticos de Jesuíno inventavam várias histórias, mas não havia provas de que realmente eram verdadeiras. Ele veio da capital com seu carro, parou no canteiro central da Avenida D. Pedro II, em frente ao Fórum e logo ao descer aconteceu um fato que deve tê-lo feito se arrepender de se envolver com um político saltense: pisou em falso num buraco e sofreu uma lesão grave na perna, impedindo-o durante um bom tempo de se movimentar normalmente. Saiu “caro” principalmente para a sua saúde. E certamente as despesas que teve não poderiam ser incluídas na verba de “calçamento”...

 
 
 

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