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CAUSOS

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 29 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Telesp queria colocar apelidos na lista telefônica


Lista telefônica hoje é peça de museu, mas em 1983 a Telesp, antecessora da Telefônica, anunciou que a partir de 1984 iriam constar em suas listas os apelidos das pessoas, principalmente nas pequenas cidades, nas quais os moradores eram mais conhecidos pela alcunha do que pelo seu nome próprio.

A notícia repercutiu em Salto e as pessoas ficaram se perguntando se seriam aceitos alguns apelidos impostos àqueles que exigiam ser chamados pelo nome, pois os apelidos que neles tinham sido colocados eram depreciativos. Havia até os que se revoltavam quando eram chamados pelos apelidos, pois estes, em sua maioria, lembravam de algo ou de um episódio que o cidadão queria esquecer ou porque entendiam que o diminuiriam perante os demais.

Vereadores como Flávio Della Paschoa, Antonio Lázaro Vendramini e João Peres não faziam conta dos apelidos

Quando a notícia foi divulgada no jornal Taperá informando a adoção dos apelidos, foi publicada uma extensa relação de como eram conhecidos muitos que viviam na comunidade. Ninguém se revoltou com a publicação, pois os que nela constavam tinham aceitado pacificamente o rótulo que lhes foi imposto e até preferiam identificar-se utilizando o apelido quando falavam ao telefone, por exemplo. É que se eles dissessem o nome de batismo, certamente não seriam reconhecidos e teriam que apelar para a forma como eram mais conhecidos.

Comerciantes como Egídio Patelli, Raimundo Zanni Neto e Dionísio de Oliveira também eram mais conhecidos pelos apelidos

Nessa lista havia cidadãos respeitáveis, cujos apelidos não tinham nada a ver com os nomes que apareciam em seus documentos. A lista é enorme, incluindo comerciantes, vereadores, empresários, trabalhadores, esportistas, etc.: Júlio Bode, Pelado, Come Corvo, Rabicó, João Torto, Canivete, Timão, João Batatinha, Berruma, Sardinha, Jacaré, Canja, Bom-beef, Pitoco, Bombom, Tetéia, Cabresto, Boca, Tromba, Pelata, Tico, Tuco, Tambiú, Joca e muitos outros.


Revoltados – Dentre os que não aceitavam o apelido de jeito nenhum, podemos citar o Zé Batatão, que era perturbado pela molecada, que o chamava pela alcunha e ele ficava muito bravo, xingando os meninos. Teve também um episódio com uma figura importante da cidade que não gostava que o chamassem de Batatinha. Certa feita, uma pessoa perguntou ao gozador Jandir Pedroso da Silva como poderia falar com essa figura importante. Jandir apontou o estabelecimento onde ele se encontrava e pediu que ele chegasse até o balcão e o chamasse bem alto de Batatinha, alegando que ele era surto. O pobre homem assim o fez e foi imediatamente expulso, além de ter que ouvir algumas imprecações do revoltado cidadão.

Um outro caso aconteceu com o falecido Dovércio Pittorri, que era chamado por todos de Betão. Certo dia, um homem com o qual tinha uma velha amizade, chamou-o de lado e pediu: “Betão, a partir de hoje, por favor, não me chame mais pelo apelido, mas pelo meu nome próprio”. A resposta veio logo em seguida: “Ah é, é? E você não me chame mais de Betão, certo?”

 
 
 

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