CAUSOS
- Valter Lenzi
- 5 de jun. de 2017
- 1 min de leitura
A incrível fuga de presos que
cortaram as grades com gilete

Parece uma história inverossímil, mas não é: aconteceu em junho de 1984, quando 4 presos fugiram da Cadeia Pública de Salto, depois de serrarem as grades. “Serrarem” foi o que se pensou inicialmente, mas logo os policiais constataram que o material utilizado não foi nenhuma serra, mas uma lâmina de barbear (gilete). O Taperá deu até em manchete na página policial: “Presos usam gilete para fugir”. A princípio todos riram, mas especialistas garantiram ao jornal que é possível, sim, cortar uma grade de ferro utilizando gilete. Só que são necessários tempo e muita paciência, coisas que não faltam a um presidiário.
Naquela época não existiam ainda os aparelhos de barbear conhecidos como prestobarba: as lâminas eram vendidas em pacotinhos de 4 ou 5 unidades e os presos tinham autorização para utilizá-las no corte da barba e para fazer trabalhos manuais. Além da gilete, os presos tiveram a ajuda de uma senhora, a “dona Tereza”, ou seja, uma corda feita com panos e cabos de vassouras e rodos, utilizados na limpeza das celas, conhecida como “tereza”.
O assunto foi explorado também na coluna de humor do Taperá e o Boca-de-Siri aproveitou para reproduzir um diálogo que teria travado com um dos presos fugitivos:
- Que história é essa de vocês cortarem as grades de ferro com gilete?
- Seguinte: a primeira lâmina faz cham, a segunda faz chum. Daí, então, foi fácil: era só fazer cham-cham-cham” [aproveitando uma publicidade na televisão, que mostrava a eficiência da lâmina marca Gilette ao fazer a barba].