OPINIÃO
- Valter Lenzi
- 5 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
Sem Festa Ítalo, depois de 20 anos
Faltava apenas o anúncio oficial, mas já se sabia que a Festa Ítalo-Saltense não iria acontecer neste anoem virtude da contenção de gastos determinada pela atual administração municipal. Segundo se prevê, a Prefeitura teria que desembolsar 50 mil reais com esse festejo, que após ter sido realizado durante 20 anos, se tornou tradicional. Foi criada na administração de João Conti, quando o secretário era Wanderley Rigolin. Com um orçamento de 352 milhões de reais para este ano, 50 mil representariam 0,14%, uma porcentagem ínfima que o Poder Público poderia enfrentar sem onerar demasiadamente os cofres públicos. Sabe-se, no entanto, que um pequeno corte aqui, outro ali e mais outro, significariam uma economia apreciável, mas se houvesse com a festa italiana o mesmo empenho que os promotores aplicam na Festa Nipo-Brasileira, o evento certamente aconteceria, sem proporcionar grandes gastos por parte do município. Só que existem grandes diferenças entre as duas entidades que participam da promoção. A Anibras (Associação Nipo-Brasileira de Salto) conta com um grupo de descendentes de famílias japonesas que se unem para promover uma festa que tem sido prestigiada por toda a população, o que não tem ocorrido com a Festa Ítalo. A Associação Italiana Giuseppe Verdi não tem a felicidade de contar com pessoas tão interessadas em promover um evento condizente com a grandeza da colônia italiana, as quais não se unem aos diretores e membros, que não encontram as mesmas facilidades dos descendentes de japoneses. Salto já teve uma colônia italiana ativa, que organizava e participava de comemorações memoráveis, mas aqueles que agiam dessa forma não foram substituídos à altura. O número de descendentes dos italianos é muito maior que o da colônia nipônica, mas estes, talvez por ser um número menor, mais fácil de reunir, tem obtido maiores êxitos em suas promoções. Há alguns meses houve uma reunião da qual participaram o então secretário da Cultura, Marcos Pardim, membros da Sociedade Italiana e pessoas interessadas em reavivar a Festa Ítalo, mas a ideia não prosperou. A Prefeitura, através do atual secretário, Sandro Bergamo, poderia reunir os que estivessem interessados em colaborar para que o evento voltasse a ter o brilho que teve em seus primeiros anos, inclusive tentando conseguir realizá-lo no mesmo local onde ele começou (prédio da antiga Brasital, hoje propriedade do Ceunsp), com algumas adaptações para se adequar às exigências do Corpo de Bombeiros. Com certeza naquele local a festa voltaria aos seus dias de grandeza, pois é fechado, seguro e adequado a uma comemoração desse tipo.