CAUSOS
- Valter Lenzi
- 12 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
Simples atos cirúrgicos podem
se constituir em grande risco
Todos já devem ter ouvido relatos de pessoas que foram ao dentista para extrair um dente da arcada superior e acabaram perdendo outro, da arcada inferior. Ou até mesmo de alguém que deveria ter amputada a perna esquerda e a amputação foi feita na da direita. Em 1984 repercutiu na Câmara de Salto um fato ocorrido no Hospital Municipal. Um cidadão foi até lá para fazer uma intervenção cirúrgica aparentemente simples, foi colocado na mesa de operação e quando aguardava que o médico iniciasse seu trabalho, inicialmente anestesiando-o, despencou da mesa, caindo e batendo a cabeça no chão. A explicação dada fora que houve um defeito no pedal hidráulico, causando a queda. Atendido prontamente, verificou-se que ele havia sofrido uma lesão craniana, tendo que ser levado para um hospital de Campinas, a fim de receber um tratamento especializado. Foi demasiada falta de sorte: ele iria ser operado de hemorroidas, escapou dessa, mas quase quebrou a cabeça. Comigo quase aconteceu algo mais ou menos parecido: foi marcada uma operação no Hospital da Unimed para a retirada de um quisto no meu braço esquerdo. Dirigi-me, na hora marcada, ao local designado e uma enfermeira ou auxiliar me levou para uma pequena sala, solicitando que eu ficasse só de cuecas e vestisse uma espécie de camisola. Estranhei a necessidade de ter que usar esse tipo de vestimenta para uma pequena operação no braço, mas, como as decisões da Justiça, ordem recebida em hospital não se discute. Tirei a roupa, vesti o camisolão e fui levado pela enfermeira ou auxiliar para o centro cirúrgico. Um médico veio me receber na porta, já devidamente preparado para a operação e não pude distinguir se ele era o mesmo que me havia atendido em seu consultório, pois seu rosto estava parcialmente coberto. - E aí, tudo bem? Suas fezes estão branquinhas?, perguntou. - Fezes branquinhas?, respondi. Pra operar o braço as fezes precisam estar branquinhas? - Enfermeira!, gritou ele. Esse não é o paciente que vai fazer a colunoscopia? Ela consultou as anotações da sua prancheta e logo esclareceu: - Não é ele, não, doutor, desculpe...
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