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POLÍTICA SALTENSE

Os esforços das administrações

municipais para atrair indústrias


Fábrica de tecidos Júpiter, que participou da fusão com a ....

Durante muitos anos, no final do século IXX e em boa parte da primeira metade do século XX, Salto dependeu apenas de duas grandes indústrias: a Brasital S.A. (que englobava também a Fábrica de Papel) e a Têxtil Assad Abdalla. Quase todas as famílias saltenses tinham um ou mais de seus membros prestando serviços nessas empresas, principalmente na Brasital, que chegou a ter mais de 2.000 empregados.


... “Fortuna”, na década no início do século XX (1910)

1º surto industrial - Na década de 1910, Salto já era considerada uma cidade industrial, embora as fábricas instaladas fossem de pequeno porte, não tendo mais do que 100 trabalhadores. Pode-se considerar que nos anos que se seguiram o município conheceu seu primeiro surto industrial, pequeno para os dias atuais, mas muito importante para a época. Começou com uma grande fusão, envolvendo duas pequenas empresas do ramo têxtil, localizadas na margem direita do Rio Tietê, a “Júpiter” e a “Fortuna”. Elas foram adquiridas pela “Societá per l’Exportazione e per l’Industria Ítalo-Americana”, sediada em Milão, que já possuía outras fábricas no Brasil e no Exterior, inclusive a Fábrica de Papel local.

Fachada da Brasital S.A., surgida em 1919, que contribuiu para o progresso do setor industrial saltense

Em 1º de novembro de 1919, completando esse surto, a SAI (Sociedade Ítalo-Americana) incorporou as unidades industriais, surgindo a Brasital Sociedade Anônima para o Desenvolvimento Industrial e Comercial do Brasil. Ela foi muito importante para o desenvolvimento industrial saltense, pois não só ampliou suas atividades fabris como procurou beneficiar os que lhe prestavam serviços, adquirindo uma área onde surgiu em 1924 a Vila Brasital, com 244 casas, formada por quatro quarteirões, com um grande quintal ao centro de cada um deles. Também construiu, em 1924, 13 chalés para mestres e contramestres em frente ao jardim da Matriz; 20 casas no Porto Góes para os funcionários da Fábrica

Nos primeiros anos de funcionamento já era grande o número de trabalhadores da Brasital

de Papel, além das casas da Barra e da atual Avenida Vicente Scivittaro, oferecerndo ainda outras vantagens aos funcionários. Em setembro de 1991 a Brasital vendeu seu patrimônio para a Alpargatas Santista Têxtil, que em virtude da crise no setor têxtil fechou a empresa, sem o prédio vendido anos depois para o Ceunsp. Também no caso da Brasital, foram concedidos incentivos, dentre eles isenção dos tributos municipais por 25 anos.

Quando da existência da Brasital surgiram outras indústrias, de menor porte, mas nem por isso menos importantes, como a Têxtil Assad Abdalla, atual York, com mais de 400 empregados.


As primeiras unidades habitacionais construídos pela Brasital foram os chalés para mestres e contramestres

2º surto industrial – O segundo surto industrial aconteceu no início dos anos 50 e ocorreu graças à iniciativa do prefeito João Baptista (Tita) Ferrari. Ele foi o autor da lei que isentava de todos os impostos municipais as indústrias que se instalassem no município num prazo de 3 anos. Os frutos foram alcançados na gestão seguinte, de Vicente Scivittaro: primeiramente

244 casas constituíram a Vila Brasital, formada por quatro quarteirões

veio a Sivat (indústria de abrasivos), que gerou 100 empregos; a seguir instalou-se também na margem esquerda do Rio Jundiaí a Eucatex S.A., que se transformou na principal empresa saltense (hoje a indústria que mais emprega no município: cerca de 2.000 trabalhadores) e a EMAS (Eletro Metalúrgica Abrasivos Salto), com mais de 200 empregos. Essas indústrias foram importantes para o desenvolvimento da cidade, que praticamente zerou o número de desempregados nas primeiras décadas do século passado.


As casas da Vila Brasital possuíam quarteirões no centro

3º surto industrial – No governo do prefeito Josias Costa Pinto Salto conheceu seu 3º importante surto industrial, pois um projeto de lei autorizava a doação de terrenos e a isenção de tributos municipais por 20 anos. Na época (1973) a Prefeitura adquiriu uma grande área do Cartonifício Valinhos, localizada na região noroeste do município, onde foi implantado o primeiro Distrito Industrial saltense. Foi a época em que se instalaram na cidade as indústrias do grupo japonês Toyobo Inplas e

No Porto Góes a Brasital construiu casas para os funcionários da Fábrica de Papel

Inpasa, mas a Prefeitura, para atender o desejo dos empresários, abriu outros distritos industriais em pelo menos mais dois pontos da cidade (na área além do Bairro da Estação e na parte alta do município, proximidades da Chácara Halter) e também na estrada do acesso ao Buru (onde se instalou a Calfat). Nesses três locais se instalaram a Prema, Alpha, Socim, Novik, Altena, Giannini e Sobrapel, dentre outras.


Em 1991 a Brasital vendeu seu patrimônio para a Santista, que fechou a fábrica alguns anos depois

Anos seguintes – Embora nos anos seguintes tivessem se instalado indústrias até mais importantes do que essas relacionadas, destacaram-se esses três surtos industriais não só por sua importância, mas também porque ocorreram numa época muito difícil de se atrair empresas. Aliás, nos períodos em que ocorreram, reduziram de forma considerável o número de desempregados no município, além de aumentar a arrecadação de impostos, enquanto hoje as que se instalaram ainda não conseguiram diminuir aqueles que estão em busca de empregos.

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