OPINIÃO
- Valter Lenzi
- 7 de ago. de 2017
- 2 min de leitura
A maioria perigosa do prefeito
Quando Geraldo Garcia se elegeu prefeito e com ele 10 vereadores de sua facção política, o pensamento geral é que ele iria governar com maioria no Legislativo, o que facilitaria seu trabalho. Isso sempre acontecia e praticamente não havia defecção dos que apoiavam aqueles que passaram pelo Executivo, notadamente nos primeiros meses de mandato, a não ser a ocorrência de um ou outro desentendimento mais sério. Nesta legislatura, pelo que temos visto, a coisa não está funcionando da forma costumeira. Dos 10 integrantes da bancada governista pelo menos 3 estão tendo uma conduta praticamente independente, inclusive se posicionando contra algumas pretensões ou projetos do prefeito. São eles Edemilson dos Santos, Márcio Conrado e Cícero Landim. Teoricamente todos os vereadores deveriam agir dessa forma: apoiando as proposituras que beneficiem o povo ou que venham a proporcionar medidas interessantes e proveitosas para o município, sem levar em conta compromissos partidários. Nesta semana tivemos mais um exemplo desse posicionamento, não usual no passado, dos 3 vereadores citados. A respeito do projeto do Executivo que estabelece a reforma administrativa na Prefeitura, eles já estão se posicionando de uma forma a não permitir atitudes que considerarem erradas, feitas apenas para beneficiar aliados políticos. Em governos anteriores poucas vezes vimos vereadores agirem dessa forma, tendo ocorrido muitas aprovações apenas porque as propostas partiam do “chefe político”.
Um outro exemplo dessa quase independência dos vereadores Edemilson, Márcio e Cícero, é a afirmação deste último, feita nesta semana, segundo a qual iria se basear em critérios técnicos e não políticos no parecer que iria dar como membro da Comissão de Finanças e Orçamento, o que não mais deve acontecer, pois foi constatado que não havia necessidade de consultar referida comissão. É exatamente o que se deve fazer, mas caso fosse confirmado essa sua posição, ela fugiria dos padrões adotados por vereadores, em apreciações anteriores de algumas matérias.
Perigo para Geraldo, que não tem a garantia de que contará sempre com os 10 votos favoráveis nas votações, a não ser que venha a receber a adesão de votos de oposicionistas, alguns dos quais estão apresentando um posicionamento inverso ao dos três vereadores citados. Nesse perde-e ganha de apoiadores, o chefe do Executivo terá que ter muita habilidade, pois tanto poderá haver compensações como perdas.