POLÍTICA SALTENSE
- Valter Lenzi
- 7 de ago. de 2017
- 3 min de leitura
Coube a um deputado araraquarense propor
a elevação de Salto a estância
A elevação de Salto à estância turística sempre foi um sonho não só dos políticos, mas também de toda a população saltense.

Com um potencial invejável representado pela cascata que dá nome ao município, com a rocha moutonnée de 220 milhões de anos e posteriormente com os três parques (do Lago, da Rocha Moutonnée e das Lavras), tínhamos muito a oferecer, mas havia muitas dificuldades para conseguir o objetivo.
O deputado Archimedes Lammoglia apresentou, em 1983, um projeto de lei que transformava o município em estância turística, mas não teve sucesso, pois o mesmo foi arquivado. Havia outros pedidos desse tipo e por isso a Assembleia Legislativa do Estado era muito exigente na concessão desse benefício. Um outro deputado estadual, Sylvio Martini, nascido em Araraquara, certamente solicitado por Lammoglia, que já não era deputado, apresentou um outro projeto em 1995, que levou o número 157.

A proposição tinha um longo caminho para chegar à votação no plenário da Assembleia: necessitava da aprovação do Condephaat, que era muito rigoroso, mas que acabou se manifestando favoravelmente no início de outubro de 1998, seguido pelo DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias). Na Assembleia foi aprovado pela Comissão de Justiça e pela do Esporte e Turismo, nas quais recebeu também votos favoráveis. Faltava a aprovação em plenário, mas antes disso era necessário contar com o apoio do presidente da Assembleia, Wanderley Macris, o que estava difícil, pois prefeitos de outras estâncias turísticas tentavam impedir que o projeto fosse aprovado, pois seria mais uma com quem teriam que dividir a verba destinada ao turismo estadual. Ele acabou incluindo o projeto na ordem do dia, o qual mereceu aprovação por unanimidade de votos. Nesse dia uma delegação formada por vereadores saltenses (Jades M. Mello, Ernani M. Souza, Gilberto Pedersolli, Laerte Moja, Luciano Zinsly e

Erasmo Rocha dos Santos) e pelo secretário Wanderley Rigolin, esteve na Assembleia para acompanhar a votação.
Isso aconteceu porque a proposição recebeu o apoio de diversas forças políticas, dentre elas a formada pelos vereadores saltenses, destacando-se dentre eles Jades Martins de Mello, que fez muitos contatos; a do prefeito João Guido Conti, que governava a cidade na época da elevação a estância, proporcionando o apoio de sua administração; a do secretário de Cultura e Turismo da Prefeitura de Salto, Wanderley Rigolin e principalmente de deputados de vários partidos, como Rodolfo Costa e Silva, Maria do Carmo Piunti e Hamilton Pereira. Esses deputados foram fundamentais, pois Rodolfo era do mesmo partido do governador, Maria do Carmo fazia parte da Comissão de Justiça que aprovou o projeto e Hamilton era da oposição e conseguiu a adesão dos companheiros. Através desses deputados foi obtido o apoio de líderes de 15 partidos.

Wanderley Macris, foi muito pressionado por esses parlamentares, por Jades e Rigolin, principalmente e isso contribuiu para que colocasse o projeto em discussão.
Uma ajuda bastante importante foi também a do então secretário de Turismo do Estado, Marcos Arbaitman, que recebeu diversos vereadores saltenses e que esteve inclusive em Salto, numa sessão de Câmara, quando foi homenageado com a entrega do Troféu dos 300 anos de Salto, em julho de 1998, oportunidade em que declarou que o projeto de transformação em estância teria muitas chances de ser aprovado. Em virtude de sua atuação, foi homenageado também pelo Taperá, que em fevereiro de 2000 lhe entregou o Troféu Destaque de 1999.

Depois da aprovação na Assembleia, faltava a sanção do governador
Mário Covas, que durante a tramitação do projeto havia declarado que iria sancioná-lo, o que aconteceu com a publicação da lei no Diário Oficial de 3 de setembro de 1999. A partir desse dia Salto passou a ser a 56ª estância turística do Estado, para alegria de todos os seus habitantes.

Quem foi Sylvio Martini – O autor do projeto que transformou Salto em estância (foto) nasceu em Araraquara em 29/9/1930, tendo falecido em São José do Rio Preto em 8/2/2009. Era engenheiro e elegeu-se deputado pela Arena, militando na Assembleia por
esse partido de 1979 a 1983; pelo PDS de 1983 a 1995 (3 mandatos) e pelo PL entre 1995 a 1999. Ocupou vários cargos na Assembleia paulista e durante a Constituinte presidiu a Comissão dos Municípios e Regiões Metropolitanas.