POLÍTICA SALTENSE
Vereadores que não queriam a “Ponte do Palma”
rejeitaram a construção
Quando o prefeito Jesuíno Ruy pretendeu
construir mais uma ponte sobre o Rio Tietê, em 1982, encontrou sérias resistências na Câmara de Vereadores, onde já não tinha maioria. O projeto de lei que encaminhou ao Legislativo foi rejeitado nas duas comissões permanentes e com isso não foi sequer à votação. Nas manifestações que ocorriam na parte do Tema Livre, alguns vereadores, dentre eles Alcides Victorino de Almeida e Fernando de Noronha, criticavam a pretensão de se construir a ponte, entendendo que ela beneficiar o então secretário
da Indústria, Comércio e Tecnologia do Governo do Estado, Osvaldo Palma, pois o mesmo possuía uma grande área na margem esquerda do rio (hoje o Condomínio São Pedro e São Paulo). Também entendiam que Salto necessitava mesmo era de uma variante entre a Rodovia Santos Dumont (Campinas-Sorocaba) e a Rodovia do Açúcar e não de mais uma ponte, pois já existiam duas sobre o Tietê: a inaugurada em 1951, de concreto, e a conhecida como “Pontilhão da Fepasa”, por onde passavam os trens.
A Prefeitura iria servir apenas de intermediária na construção da ponte, por isso, mesmo com a não aprovação por parte do Legislativo local, as obras de construção foram iniciadas. O prefeito Jesuíno tentou de todas as formas convencer a Câmara a aprovar seu projeto, pois a cidade iria ganhar mais uma ponte sem ter que gastar nada. Ela seria uma alternativa quando a ponte existente não pudesse ser utilizada, mas os vereadores foram irredutíveis. Jesuíno chegou a
chamar o ato da Câmara de “criminoso", por prejudicar a população, enquanto o secretário Palma entrou com um processo-crime contra os vereadores Alcides e Noronha, por se considerar ofendido.
O primeiro apresentou, inclusive, um projeto de lei proibindo a implantação de novos loteamentos na cidade, evidentemente pretendendo atrapalhar as pretensões de Osvaldo Palma que, com a nova ponte, teria mais facilidade de implantar o loteamento e comercializar os lotes.
O processo contra os dois vereadores tramitou na Justiça por alguns anos e não houve acordo para colocar um fim na questão, pois Alcides e Noronha não aceitaram desistir de suas pretensões. As obras foram paralisadas quando já estavam prontos os pilares e isso perdurou por 20 anos, quando, no segundo mandato do prefeito
Pilzio (2001 a 2004) elas foram reiniciadas e no primeiro mandato de Geraldo Garcia (2005 a 2008) foram concluídas.
Em 2007 a “Ponte do Palma” virou “Ponte dos Pescadores”
Depois de 20 anos de paralisação das obras, em seu segundo governo (2001 a 2004), Pilzio Nunciatto Di Lelli reivindicou do Governo do Estado o reinício das obras, o que aconteceu no final do seu mandato. A ponte, porém, só foi inaugurada 3 anos depois que ele deixou a Prefeitura, em 14 de abril de 2007. O governador do Estado, José Serra, deveria estar presente
à inauguração programada para esse dia, mas como tinha compromisso agendado, participou de uma cerimônia no dia anterior, aproveitando sua presença na região, pois nesse dia inaugurou o Anel Viário de Itu.
A cerimônia oficial de inauguração contou com
as presenças do ex-secretário Osvaldo Palma e dos ex-prefeitos Jesuíno Ruy e Pilzio Nunciatto Di Lelli, os quais foram convidados por Geraldo Garcia, que reconheceu os méritos de Jesuíno por pretender tornar realidade a obra e de Pilzio por ter conseguido o reinício dos trabalhos.