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POLÍTICA SALTENSE

Vereadores rejeitam projeto e não sai

a avenida Porto Góes-Bairro Conti

Provando que a Câmara na maior parte das vezes ajuda, mas em algumas outras atrapalha, tivemos outro exemplo que comprova isso no ano de 1979. Antes de praticamente os mesmos vereadores não terem aprovado uma ponte que o Estado construiria sobre o Rio Tietê (“Ponte do Palma”), o que aconteceu em 1982, por maioria também rejeitaram um projeto do prefeito Jesuíno Ruy, que autorizava a Prefeitura a construir uma avenida ligando o Porto Góes ao Bairro Conti, nesse ano de 1979. Havia um

Foto 1

acordo com a Prefeitura de Itu, tendo os dois prefeitos acertado que cada um faria sua parte, o que ligaria os dois municípios através de uma avenida, com duas pistas, a qual seria mantida por cada um deles, apesar da faixa pertencer ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

É que os chefes dos Executivos saltense e ituano não acreditavam que o então governador, Paulo Maluf, cumpriria sua promessa de duplicar a Rodovia da Convenção e por isso decidiram pela construção. No entanto, nem em Itu e nem em Salto a pretensão dos prefeitos foi levada adiante. Na vizinha cidade, os vereadores decidiram que não iriam aproveitar as propriedades já desapropriadas para a implantação da segunda pista e na semana seguinte a Câmara de Salto rejeitou o projeto que autorizava a construção da avenida.

Enquanto em Itu os vereadores entendiam que caberia ao Estado executar a obra de duplicação, em Salto os membros do Legislativo citavam outra razão: a avenida iria beneficiar a Brasital S.A., que possuía uma grande área, nos dois lados da pista, a qual chegava até a “Ponte Seca”. Essa indústria iria lançar um loteamento nessa área, o que valorizaria os lotes a serem vendidos.

Foto 2

Havia necessidade de 9 dos 13 vereadores votarem a favor, mas foram obtidos apenas 5 votos, com 7 votos contra (o presidente só vota em caso de empate). Isso provocou críticas, pois com a rejeição Salto deixou de crescer naquela parte da cidade, mesmo porque não foi implantado o loteamento que a Brasital e seu sucessor (o atual proprietário) pretendiam lançar, o que perdura até os dias atuais. A alegação de que a avenida favoreceria a Brasital foi inclusive rebatida pelo historiador Ettore Liberalesso, que lembrou que a Avenida dos Trabalhadores beneficiou a Eucatex e nenhum vereador levou isso em conta.

Imaginando que o projeto do prefeito Jesuíno seria aprovado, a Brasital mandou limpar o terreno na margem direita da rodovia (foto 1), sentido Salto-Itu, preparando-o para o lançamento de um loteamento no local. Alguns anos depois a área foi invadida por sem-terras, que ali construíram alguns barracos (foto 2).

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