OPINIÃO
Despoluição e hidrovia no Tietê
Há anos esses dois assuntos – despoluição e hidrovia no Rio Tietê – têm sido tratados em reuniões, encontros, discussões no Legislativo, entrevistas no Executivo, etc. O principal deles, sem dúvida alguma, é a poluição no rio, que só tem aumentado. O Tietê já foi muito útil à população de Salto, principalmente em épocas de crise, quando muita gente se mantinha consumindo os peixes que nele havia em grande quantidade. Além disso, a cascata atraía muitos visitantes, mas aos poucos eles foram se afastando, primeiramente pela falta d’água, depois pelo mau cheiro, que contribuiu, inclusive, para o fechamento do Restaurante do Salto, na década de 1980, o qual atraía um grande número de pessoas vindas principalmente da capital e de diversas cidades próximas. Hoje o rio só nos traz problemas: além do mau cheiro, que permanece, em algumas ocasiões ele é tomado por uma espuma malcheirosa e quase sempre pelos mais diversos objetos nele lançados por populações ribeirinhas. De vez em quando surgem movimentos, como esse da Frente Parlamentar do Tietê, que contará com a participação de vereadores saltenses e que vão discutir no Salto Plaza Hotel problemas relacionados à poluição no rio. Certamente não há pretensões de resolver o problema a curto prazo. No entanto, será mais uma ação visando despertar nos governantes a necessidade urgente de medidas efetivas para uma solução imprescindível. Quanto à inclusão do trecho de Conchas até São Paulo, passando por Salto, na hidrovia que vai até o Paraná, essa possibilidade foi aventada inclusive pelo governador Geraldo Alckmin, nos primeiros 8 anos de Geraldo Garcia à frente da nossa Prefeitura. Recentemente, num encontro realizado em São Paulo e promovido pelo Governo Federal, os dois representantes do Inevat, Francisco Antonio Moschini e José Luiz Pardo, tomaram conhecimento que é muito difícil a hidrovia ser ampliada de Conchas até Salto, porque o Tietê, nesse trecho, é muito sinuoso e raso, o que exigiria muitos recursos e grandes intervenções no leito do rio, para permitir a passagem dos barcos. Os especialistas acrescentaram que inclusive o porto de Conchas está ocioso, mesmo estando a poucos quilômetros de distância da linha férrea, que o ligará ao Porto de Santos. É uma pena que isso ocorra, pois havia grandes esperanças dos saltenses no que se refere à implantação da hidrovia até Salto, o que seria uma medida que inclusive favoreceria a economia, pois haveria uma redução na utilização das rodovias, já que atualmente toda a produção da região do Paraná e de Barra Bonita no Estado de São Paulo, tem que ser feita por caminhões, encarecendo o frete. Infelizmente, hoje convivemos com notícias nada agradáveis envolvendo o rio, mas o importante é que o Tietê continue na ordem do dia até que pelo menos um dos dois assuntos que o envolvem tenha um final feliz.