OPINIÃO
Do caminhão que recolhia lixo aos dias atuais
Antigamente a coleta de lixo na cidade era feita pela Prefeitura, que possuía um caminhão com uma carroceria fechada nos lados, onde era despejado o lixo deixado pelos moradores em latas e em outros tipos de recipientes. Todo esse material era levado para um arremedo de aterro sanitário, que tinha como visitantes costumeiros muitos urubus, além de pessoas carentes que iam recolher objetos, frutas estragadas, etc. Na década de 1990 o serviço melhorou, mas ainda não era perfeito. Nessa época, no governo Eugênio Coltro (1989-1992) foi implantada uma Usina de Reciclagem, onde o lixo era separado e o parte do material vendido, proporcionando uma renda para os que executavam o serviço, não muito expressiva, é verdade, mas foi um bom começo, pois hoje essas pessoas ou as que as sucederam, obtêm um bom rendimento pelo trabalho. No final da década de 1980 o serviço foi terceirizado, passando a ser executado pela Corpus, que até hoje realiza o trabalho, com algumas interrupções nesse período, pelo fato de ter perdido licitações. Nos primeiros anos deste século e nos anos seguintes a tarefa de coleta de lixo foi ampliada pela Corpus, passando a empresa também a cuidar da limpeza das vias públicas, da manutenção dos contêineres (nos quais o lixo passou a ser depositado pelos moradores), do aterro sanitário e de outros serviços congêneres. Até que em 2015, no governo de Juvenil Cirelli, foi firmada com a CSO Ambiental (empresa criada pela Corpus) uma Parceria Público-Privada (PPP), que segundo o que se dizia na época colocaria Salto como destaque na América Latina na área de resíduos sólidos. Os planos e tecnologias a serem empregados nos 25 anos de contrato, previam um atendimento em todos os setores. Realmente, como dizia uma notícia publicada neste jornal, em manchete, no dia 16 de maio de 2015, seria implantado um serviço de limpeza de 1º mundo na cidade, ao custo de R$ 1,9 milhão, reajustados anualmente. A CSO cumpriu o que prometeu e vinha realizando até o final do ano passado e prosseguindo neste ano, um trabalho digno de elogios, mas deixou de ser paga regularmente, o que a obrigou a reduzir alguns serviços, mas no geral continua prestando bons serviços. Depois de muitas reuniões, de muito chororô por parte da Prefeitura e de resistência por parte da CSO, o prefeito Geraldo conseguiu reduzir os R$ 2,8 milhões mensais que deveria pagar para R$ 2 milhões. Ficou, porém, a dívida antiga (cerca de 8,5 milhões do governo Juvenil e 12 milhões do atual governo), superando no total os R$ 20 milhões. Como essa dívida vai ser paga? Esse é um outro problema, que dependerá de nova rodada de negociações, porque dinheiro disponível a Prefeitura não tem.