OPINIÃO
Médicos: os bons são a grande maioria
Na maior parte dos trabalhos, não se admite que as pessoas durmam no período em que atuam, pois isso pode até causar graves consequências. Geralmente a fiscalização nas empresas em que a produção ou a manutenção ocorre no período noturno, é bastante rigorosa e a pessoa que for surpreendida cochilando certamente vai sofrer punições que vão desde a advertência até a demissão. Existem, porém, algumas profissões que se permite aos que nela militam dormir em determinados momentos no seu horário de serviço. Uma delas é a dos médicos que realizam plantões que se estendem para o período noturno. Durante o dia eles atendem normalmente, mas depois das 22 ou 23 horas, quando o movimento praticamente inexiste, podem tirar uma soneca, sendo acordados pelos que fazem parte da equipe de enfermagem quando há necessidade de atender um ou mais pacientes. O que não se admite é o que teria acontecido com um médico que levou um pijama para seu plantão. O médico que tira a soneca, pode no máximo ficar sem sapatos, devendo permanecer com o traje utilizado normalmente, pois não pode perder tempo trocando de roupa, uma vez que o atendimento pode ser urgente. Sabe-se de casos de médicos que mesmo não levando pijamas para seus plantões, não atendem devidamente as pessoas que necessitam dos seus serviços. Muitos reclamam que eles parecem desgostosos por terem sido acordados e querem resolver o problema urgentemente para voltar a dormir. Já ouvimos reclamações de pacientes que lamentam que o médico, após ser acordado, nem olhou para suas caras, nem os examinou como deve ser feito, receitando apenas os remédios para se verem livres logo dos “importunos” que vieram “atrapalhar seu descanso”. Aqueles que fazem o juramento de Hipócrates, prometendo praticar a medicina honestamente, são muito visados pelos que necessitam dos seus serviços. Não são todos que agem dessa forma e também existem os pacientes que acusam injustamente esses profissionais, achando que mereciam um tratamento melhor ou que lamentam que as orientações dadas não surgiram nenhum efeito. É preciso levar em conta que o médico não tem poderes extraordinários, que curam imediatamente aqueles que os procuram. A grande maioria aplica seus conhecimentos e para eles é uma satisfação quando conseguem curar os pacientes dos seus males. Existem, como em toda a profissão, os que não levam muito a sério a tarefa que lhes cabe executar, mas aqueles que necessitam de atendimento devem julgar qual ou quais merecem sua confiança. Os que levam pijamas para os locais de plantão fazem parte de uma minoria que não merece o diploma que lhes foi outorgado, mas esses, felizmente, são muito raros.