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CAUSOS

Num dia de jogo a Câmara foi esvaziada aos poucos


Numa sexta-feira do mês de setembro de 1981 iria acontecer uma sessão da Câmara de Salto, mas para aquela mesma noite estava marcada uma partida importante, entre a A.A. Saltense e a Sãomanuelense, decisiva para a classificação dos finalistas de um dos grupos da 2ª divisão de profissionais. Como o estádio da Saltense estava interditado, o jogo foi marcado para o Estádio Municipal de Itu. Dentre os vereadores havia muitos que acompanhavam os jogos de futebol e por isso eles acabaram dando um jeitinho de terminar logo os trabalhos para poderem assistir à partida daquela noite.

Começou com o secretário Antônio Oirmes Ferrari, que leu rapidamente a ata da sessão anterior, “engolindo” algumas palavras e até trechos, mas ninguém protestava. A seguir, o vereador Adelino Matiuzzi pediu licença para se retirar, pois “precisava tomar uma injeção”, sendo seguido por outros vereadores que “saiam de fininho”.

A certa altura apareceu na porta da Câmara o assessor jurídico da Prefeitura, Jades Martins de Mello, que tinha ido buscar o vereador Antônio O. Ferrari, para levá-lo ver o jogo em Itu. O vereador Alcides V. de Almeida decidiu atrapalhar as intenções dos dois, convidando Jades a ingressar no plenário e pedindo que os líderes das duas bancadas (Arena e PMDB) o saudassem. Depois de ser saudado, Jades agradeceu rapidamente e dizendo que “tinha um compromisso urgente”, pediu licença e foi embora.

O presidente Fernando de Noronha solicitou aos vereadores Antônio O. Ferrari e Ênio Padovani que acompanhassem Jades até a porta de saída e ambos aproveitaram para ir embora também.

Quando o número de vereadores chegou a 5, insuficiente para o prosseguimento dos trabalhos, o presidente Noronha, mais do que depressa, encerrou a sessão por falta de quórum e saiu da Câmara correndo... evidentemente também em direção ao Estádio de Itu...

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