top of page

OPINIÃO

A Câmara de Salto já não é a mesma

Após as eleições de outubro do ano passado e no início da atual administração municipal, o prefeito contava com maioria na Câmara: 10 vereadores que foram eleitos em suas coligações contra 7 da oposição. Passados quase 11 meses, a situação já não é a mesma: Geraldo Garcia já não conta com os 10, mas com apenas 7, pois 3 deles (Edemilson dos Santos, Cícero Landim e Márcio Conrado) decidiram “desgarrar-se” da ala situacionista e passar a ter uma atuação completamente independente. Um deles (Cícero) confirmou, declarando numa das últimas sessões que não é situação nem oposição. O que teria levado esses vereadores a adotar um novo posicionamento? A primeira razão deve ser a falta de habilidade política do atual governo em manter um relacionamento pacífico com eles, se não atendendo todos os seus pedidos, pelo menos dando-lhes as devidas explicações, o que parece não estar acontecendo. Outro motivo seria a pretensão de um ou dois deles em se candidatar a cargos mais altos (deputado ou prefeito) em pleitos futuros, para os quais dificilmente teriam o apoio de Geraldo. Isso porque este certamente vai apoiar para deputado estadual Rogério Nogueira e para federal Guilherme Mussi em 2018. E para prefeito, em 2020, ele próprio poderá se candidatar, se não houver nenhuma condenação na Justiça, ou então poderá apontar um candidato de sua preferência. Em virtude dessa situação na Câmara, a discussão de alguns projetos tem sido muito diferente de um governo que contasse com maioria no Legislativo. É o caso, por exemplo, do que estabelece a reforma administrativa do SAAE, criando novos cargos, que pode vir a ser rejeitado. Os vereadores, inclusive alguns da situação, entendem que não podem ser criados determinados cargos comissionados, os quais deveriam ser preenchidos por concurso, como exige o Ministério Público. Existe até a possibilidade, alegada pela administração, de o SAAE vir a ter problemas para funcionar se o projeto não for aprovado, mas a resistência na Câmara é grande. Uma outra discussão é sobre o veto do prefeito ao projeto dos vereadores Cícero Landim, Edemilson Santos e Márcio Conrado para que haja uma padronização na pintura dos prédios públicos e dos impressos, além da adesivação dos veículos. Geraldo alegou que os vereadores não podem criar despesas para o município, e não podem mesmo, mas os autores não aceitam e até pretendem apelar para o Ministério Público. A pintura dos prédios e a adesivação dos veículos evidentemente iriam proporcionar gastos e isso não pode acontecer, mesmo se esses gastos forem mínimos. Se houvesse um bom relacionamento, os 3 vereadores poderiam transformar o projeto em sugestão para o prefeito, pois a uniformidade de prédios e veículos é necessária. Muito mais necessária ainda é a padronização dos impressos, acabando-se com os slogans adotados pelas administrações, que não passam de propaganda indireta, como o “Salto de toda nossa gente”, de Juvenil, parecido com o que usava na campanha eleitoral.

Posts recentes
bottom of page