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CAUSOS

Vereador achava que flúor na água afetava a masculinidade


Em 1970 várias cidades brasileiras começavam a adicionar flúor na água servida às respectivas populações. Isso levou o vereador Rubens Murilo Ceconello a propor que Salto também adotasse essa providência, alegando que, com isso, seria reduzido o número das cáries, além de outros benefícios.

Naquela época Campinas tinha adquirido uma fama não muito boa (e injusta), assim como Pelotas, no Rio Grande do Sul, possivelmente por ter acontecido um encontro de gays em ambos os municípios. Isso levou alguns vereadores, dentre eles principalmente Miguel Orlandini que não admitia colocar nenhuma substância estranha na água que já era tratada na estação do Bela Vista.

Ceconello procurava explicar que o flúor tinha propriedades especialíssimas e que os saltenses só teriam a ganhar se ele fosse adicionado à água. Não adiantava: influenciados por Miguel, os demais vereadores não queriam nem saber. Um deles até argumentou: “Com o flúor, a água fica mais fresca e nós também...”.

Somente em 1985 a Prefeitura resolveu adicionar o flúor à água tratada, argumentando que com isso reduziria as cáries e as doenças bucais. A maioria recebeu a notícia com satisfação, mas não faltaram aqueles que, apesar das evidências, a encararam com um certo ceticismo. Segundo o jornal Taperá publicou naquele ano, alguns passaram a achar que nossa água estava mesmo com um gosto esquisito, enquanto o autor da coluna de humor do jornal sugeria que, se o desmunhecamento fosse mesmo se generalizando, o jeito seria parar imediatamente com o flúor e passar a adicionar doses maciças de guaraná em pó em nossa água. “Com isso – dizia o colunista – talvez dê para salvar alguns...”.

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