CAUSOS
No apartamento onde deveria estar Noronha, estava “Zezé”
O vereador Fernando de Noronha sempre que podia participava dos congressos estaduais e até mesmo nacionais de municípios. Numa dessas vezes, no final da década de 1970, ele se inscreveu no que foi realizado em Recife, mas como se decidiu a viajar na última hora encontrou dificuldades em encontrar vaga num hotel da capital de Pernambuco. Graças ao filho de um diretor da Rede Othon de Hotéis, que trabalhava com ele no IPESP, em São Paulo, conseguiu um apartamento, mas teria que dividi-lo com 6 vereadores de Cubatão. Dos seis, porém, um era do sexo feminino e seria constrangedor para ela dormir com eles num mesmo apartamento, ainda mais porque só havia camas de casal.
Havia ainda outros inconvenientes: tratava-se de uma senhora com 70 anos de idade, conhecida como “Zezé”, que tinha dificuldades de se locomover, pois estava com uma das pernas engessada. Noronha, então, foi até a recepção e conseguiu a liberação de mais um apartamento, este individual, onde a vereadora se instalou. Ele teve que ir para junto dos outros cinco vereadores de Cubatão, que não o deixaram dormir, pois tinham abusado da bebida e por isso faziam muito barulho, conversando em voz alta, roncando alto, etc.
Em Recife também se encontrava o prefeito de Salto, Jesuíno Ruy, que havia viajado com seu Landau até a capital pernambucana. Logo de manhãzinha, sabendo que Noronha estava hospedado no Hotel Othon, pois se encontrara com ele na abertura do congresso, Jesuíno ligou para ele, a fim de convidá-lo para um passeio. A ligação foi recebida pela telefonista do hotel, que, consultando a lista dos hóspedes, chamou o apartamento em que Noronha deveria estar. O telefone tocou e a vereadora atendeu ainda bocejando:
- Alô, disse ela.
- Alô, respondeu o prefeito Jesuíno. Quem está falando?
- Aqui é a Zezé...
- Zezé, que Zezé? Ah, já entendi..., finalizou Jesuíno, desligando o telefone, certo que logo na primeira noite Noronha já estava “colocando as manguinhas de fora”...