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OPINIÃO

A barragem do Piraí

Em 6 de dezembro de 2010 o prefeito de Salto, Geraldo Garcia, acompanhado da deputada federal Aline Corrêa, assinava, em Brasília, o convênio para a liberação de recursos para a implantação da represa do Piraí. Esses recursos, estimados em 57 milhões de reais, foram liberados pelo Governo Federal e já estão sendo utilizados para as obras, parte deles (cerca de 10 milhões) para a desapropriação da área a ser ocupada pela represa (2,5 km2). O tempo passou e, evidentemente, os 57 milhões inicialmente previstos já não são suficientes, razão pela qual o deputado federal Herculano Passos Jr. apresentou emenda acrescentando outros 40 milhões, como coordenador da bancada paulista, destinados às obras da barragem, valor que não foi liberado, pois o Consórcio que se formou ainda não utilizou os recursos que foram alocados. Na semana passada, conforme este jornal noticiou, a diretora do Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí, Vanessa Cristina C. Cühl, realizou uma palestra na Associação Comercial de Salto, revelando que o custo da barragem hoje é de R$ 132 milhões, o que quer dizer que os 97 milhões praticamente já conquistados serão insuficientes para a conclusão dos trabalhos. Estes devem ser iniciados no primeiro semestre de 2018, pois se isso não ocorrer, existe o risco do valor já recebido (57 milhões) ter que ser devolvido aos cofres federais. Somente a barragem, que terá 15 metros de altura, deverá custar de R$ 40 a R$ 60 milhões, além de R$ 25 milhões para o dique que protegerá a Fazenda Piraí, tombada como patrimônio histórico. Segundo a diretora, a ideia é realizar a obra em etapas, ficando para a parte final a outorga de cada cidade para a captação de água. Das 4 cidades, três fazem essa captação: Salto com 350 litros por segundo, Indaiatuba com 300 litros e Cabreúva, que coleta água antes dessas duas cidades. Quando todas entrarem “na parada”, os governantes saltenses terão que ter muita capacidade de negociação para impedir que o município seja prejudicado, pois se deve levar em conta que ele foi o primeiro, ainda na década de 1960, que passou a utilizar as águas do Piraí. Indaiatuba tem outros mananciais, assim como Itu, que até agora não necessitou recorrer ao ribeirão. Deve-se considerar que esses 350 litros/s são suficientes para os dias atuais, mas, com o aumento da população, assim como do consumo, haverá necessidade de uma captação ainda maior, o que deve ocorrer quando a barragem estiver pronta. Por isso é preciso estar atento, pois não contamos, como as cidades vizinhas com outras opções, a não ser o Rio Jundiaí, sobre o qual muito se comentou, mas ainda não se pode dizer, com segurança, que suas águas, pelo menos até agora poluídas, possam ser aproveitadas.

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