top of page

CAUSOS

Autoridade que se preza não aceita “prato feito”


Aconteceu na tradicional Festa do Buru, em louvor a Nossa Senhora das Neves, que todo ano é realizada no mês de agosto. Esse acontecimento religioso sempre atraia um grande número de políticos e, na década de 1950, essa afluência era ainda maior, pois havia considerável presença de moradores da zona rural. Vicente Scivittaro, o “Chinchino” tinha se elegido prefeito de Salto e o clima quente da acirrada disputa eleitoral do ano anterior ainda se fazia sentir. Por isso, os integrantes da família Santinon, proprietária do armazém e que iria oferecer um almoço às autoridades, estavam muito preocupados, pois iriam reunir figuras com posições antagônicas e que não se suportavam. Uma delas, pouco antes do início do almoço, chegou a prometer deixar o recinto se um político da outra facção comparecesse, evidentemente se referindo a “Chinchino”. Felizmente o almoço começou sem a presença do prefeito eleito e por isso os primeiros momentos foram de tranquilidade, mas eis que de repente “Chinchino” surge na porta de entrada e logo nota que não lhe reservaram um lugar na mesa principal. Evidentemente, não gostou e interpelou os organizadores do almoço, que procuraram acalmá-lo, informando-lhe que não precisava se preocupar, pois haviam feito o seu prato, que estava guardado. Ao invés dessa informação tranquilizá-lo, aguçou ainda mais sua revolta:- Prato feito se guarda pra cachorro!, exclamou, enquanto fazia menção de deixar o local.Ao mesmo tempo “brindava” os adversários políticos que se regozijavam com a situação, despejando na direção deles uma série de palavrões que, segundo o que foi relatado no jornal O Liberal do sábado seguinte, “fariam corar até um frade de pedra”.

Posts recentes
bottom of page