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POLÍTICA SALTENSE

O número de pretos no Executivo e

Legislativo também foi reduzido


Assim como ocorreu com as mulheres, a quantidade de pretos eleitos para o Executivo e para o Legislativo saltense foi também muito reduzida. Não existem dados confiáveis no que se refere aos prefeitos e vereadores antes da redemocratização do país, ocorrida em 1948, mas, pelas fotos disponíveis de todos os eleitos para a Prefeitura, faltando apenas uma (Francisco Corrêa de Almeida – 1896-1899), nota-se que ocuparam o cargo de prefeito, se não pretos, pelo menos pardos, cerca de 5.

De 1948, quando tomou posse o primeiro governo na redemocratização do país (João Batista Ferrari), até os dias atuais não tivemos nenhum prefeito da raça preta, apenas alguns vereadores. Todos os 13, alguns deles exercendo o cargo por mais de uma vez, são da raça branca, não temos sequer mulatos, nem pardos.


2 presidentes – Tivemos dois vereadores pretos que se elegeram presidente da Câmara: Corinto Antonio da Silva, que esteve no comando do Legislativo local nos anos de 1970, 1976 e 1976 (ele também foi vice-presidente no biênio 1974-1975) e Ananias Lúcio Barros, no biênio 1985-1986 (foi ainda vice-presidente em 1981-1982).


Primeiro preto - Mas o primeiro vereador preto eleito depois da redemocratização do país, em 1947, foi João Batista de Mello (foto), que exerceu a vereança no primeiro período: de janeiro de 1948 a dezembro de 1951. Não existe registro de quantos votos ele obteve, pois em 1947 não circulava nenhum jornal na cidade e não há dados disponíveis no Cartório Eleitoral de Salto, que só passou a funcionar em 1958. Ele era um sindicalista (Sindicato dos Mestres e Contramestres) e praticamente nunca usou da palavra em seus 4 anos de mandato.


“Mingão” – Domingos dos Anjos Teixeira (foto), apesar de não ter sido eleito vereador na eleição realizada em 1963, exerceu a vereança substituindo o titular Josias Costa Pinto de fevereiro de 1966 a janeiro de 1969. Ele obteve apenas 94 votos, 33 a menos que Josias, constituindo-se no segundo preto a exercer o cargo.


Corinto - Corinto Antonio da Silva (foto) foi o terceiro preto a ocupar uma cadeira na Câmara. Ele, porém, só assumiu o cargo em 5 de maio de 1965 em virtude de licença de um dos membros do seu partido, permanecendo apenas 6 (seis) dias; voltou, também como suplente, em 20 de março de 1968, assumindo até 5 de junho do mesmo ano (cerca de 76 dias). Só foi eleito em novembro de 1968, obtendo 321 votos (4º do seu partido, o M.D.B. e 7º colocado na votação geral), permanecendo 4 anos na Câmara (até janeiro de 1973). Foi reeleito com 317 votos (novamente o 4º do MDB e o 7º na votação geral), exerceu seu mandato até janeiro de 1977. Mas na eleição de 1976 sua votação caiu bastante (apenas 159 votos, 17º do MDB), não se reelegeu e por isso decidiu abandonar a política.


Ananias – Em sua primeira eleição, em 1976, Ananias Lúcio Barros (foto) foi o 10º do seu partido (MDB), alcançando a 1ª suplência. Inicialmente ficou no Legislativo de 15.3.77 a 11.4.77, depois de 5.5.1978 a 29.5.1978 e finalmente assumiu em 17 de março de 1980, em virtude do falecimento do titular Roque Leonel Arpis, permanecendo até o final do mandato (31.1.1983).Elegeu-se por mais duas vezes, ocupando cadeira na Câmara de fevereiro de 1983 a dezembro de 1988 e de janeiro de 1989 a dezembro de 1992. Na primeira eleição obteve 525 votos, classificando-se em 10º lugar pelo PMDB e na segunda sua votação caiu para 391 votos, mas se elegeu. Sua última participação em eleições foi em 1992, quando foi o 5º de sua coligação, alcançando 332 votos, insuficientes para elegê-lo.


Mais dois – No final da década de 1990 e a partir do ano 2000 foram eleitos vereadores que poderiam ser considerados pretos, caso eles assim se definissem. Preferimos considerar como realmente pretos mais dois vereadores: Luiz Carlos Batista e Raissuli Hudson Ferraz da Silva.

Luiz Carlos (foto), que chegou à presidência da Câmara em duas ocasiões (2005-2006 e 2017-2018), se elegeu por nada menos que 4 vezes. Foi derrotado em 1996, obtendo apenas 323 votos, mas em 2000 se elegeu como o 2º mais votado, com 1.344 votos. Foi o 7º colocado em 2004, com 1.038 votos e em 2008 alcançou sua maior votação: 2.132 votos, colocando-se em 1º lugar.

Sofreu uma derrota inesperada em 2012, quando chegou aos 901 votos, mas em 2016 voltou ao Legislativo, apesar de com uma votação menor: 881 votos.

Raissuli (foto) só conseguiu se eleger uma vez para o quatriênio 2009-2012, obtendo 1.158 votos na eleição de 2008. Candidatou-se mais duas vezes, em 2012 e 2016, mas não se elegeu, obtendo, respectivamente, 380 e 400 votos.

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