OPINIÃO
Dá pra comemorar o 7º lugar no selo Verde/Azul?
Boas notícias como a conquista do 7º lugar no Programa Município VerdeAzul são sempre bem recebidas, nos alegram e injetam em nós uma dose de otimismo, numa época em que as notícias ruins predominam. O Executivo comemorou a classificação histórica, mas para muitos (inclusive para nós) a forma como se chegou a essa colocação dá margem a uma série de questionamentos, inclusive se é motivo pra comemorar ou não. O principal deles: a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a quem coube estabelecer o posicionamento dos municípios, levou em conta, como sempre faz, as informações fornecidas pela Prefeitura de Salto. Não houve uma verificação se essas informações realmente procedem. Uma outra ocorrência importante: a nota final de Salto neste ano (91,01), foi inferior à obtida no ano passado (92,06), quando nosso município alcançou a 19ª colocação. Isso dá ensejo a uma conclusão: não fomos nós que melhoramos, os outros é que pioraram. Lembrem-se que no início da atual administração o prefeito Geraldo Garcia determinou a extinção da Secretaria do Meio Ambiente, criada no governo anterior, anexando-a ao SAAE. Depois, percebendo a besteira que fez e vislumbrando a possibilidade de Salto ocupar posição de realce na área do meio ambiente junto ao Governo Estadual, ele reativou-a, mas colocou para chefiá-la um “alienígena” que nem esquentou a cadeira, tendo que ser demitido. Nomeou uma substituta que pelo menos até agora não pode ser criticada nem exaltada, pois não se conhece profundamente o trabalho que realiza. É preciso saber como funciona a avaliação do governo estadual que determina a classificação. Quem dá as informações é o município, respondendo como está a situação em vários setores ligados ao meio ambiente (ar, água, conselho, tratamento do esgoto, resíduos sólidos, etc.). O resultado final apontou as notas obtidas em cada um desses itens. Por exemplo: a qualidade do nosso ar levou nota 10,00, embora se saiba que moradores das proximidades da Eucatex continuam tendo que respirar o ar impregnado do pó de madeira. E nas proximidades do Rio Tietê temos que tapar as narinas para não respirar o ar poluído que ali se verifica. Tivemos boas notas também no que se refere ao Esgoto Tratado (9,62), Resíduos Sólidos (9,01), Uso do Solo (9,10), Estrutura e Educação Ambiental (9,00) e Biodiversidade (9,21). Como diria aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo, “há controvérsias” a respeito da validade dessas notas. Por outro lado, a menor nota foi atribuída à Arborização Urbana, que trata da existência, manutenção e plantio de árvores na área urbana. O 7,70 atribuído nesse item é justo e reflete a situação atualmente existente na cidade, onde existem vias necessitando do urgente plantio de árvores, tarefa que não tem sido exercida pelas anteriores administrações e pela atual também. Curiosamente, a nota nesse item de Arborização Urbana, referente ao ano passado foi 10,00, o que demonstra que não são consentâneas com a realidade as informações prestadas pela Prefeitura à Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Fica então a dúvida: merecemos o 7º lugar?