OPINIÃO
Zona Azul nunca funcionou direito
Está sendo anunciada uma nova licitação para a Zona Azul e desta feita as alterações não serão tão simples como as que aconteceram nesses mais de 30 anos de funcionamento, com uma paralisação meses após sua implantação, que aconteceu em janeiro de 1985. Ela começou em apenas 4 ruas do centro da cidade e em 1998 foi ampliada, aumentando o número de vias públicas atingidas pelo estacionamento pago. Desde sua criação a Zona Azul tem admiradores (em menor número) e inimigos. Dentre estes pode-se citar os comerciantes, que logo após sua implantação o demonstraram seu descontentamento, pois ela iria impedir o livre estacionamento dos fregueses, em frente ou nas proximidades dos estabelecimentos comerciais. Eles têm aceitado a Zona Azul, mas não se transformaram em defensores de sua implantação. Houve uma época em que ela era coordenada pelos guardinhas, que inclusive faziam a fiscalização e que eram até ameaçados quando os motoristas se julgavam no direito de parar onde e pelo tempo que desejassem numa via pública. Aliás, com guardinhas ou com guardas adultos, as multas por eles aplicadas nunca foram recebidas amistosamente, pois todos tinham uma explicação e quase sempre a mesma: “Parei aqui por não mais de dois minutos e fui multado”. Na década de 1990 se pensou em terceirizar o serviço, mas não passou da intenção. A Prefeitura continuou cuidando (e mal) através dos anos, jamais satisfazendo aqueles que utilizavam o serviço e também aqueles que não o faziam de forma correta. Chegou a ter horários alternados em 1998, quando foi ampliada e houve inclusive uma tentativa de considerar a Zona Azul inconstitucional, como pretendiam alguns advogados. Na administração passada parecia que a Zona Azul seria finalmente modernizada, inclusive com a implantação de parquímetros, mas acabou não dando certo. Agora a atual administração segue pelo mesmo caminho e vai escolher na licitação que realizará uma empresa que adote a rotatividade no estacionamento de veículos, inclusive com o uso de smartphones. Ela terá que fazer não só a implantação, mas também a manutenção e operação técnica, tecnológica e financeira. O controle será eletrônico, por meio de aplicativo que controlará o registro dos veículos no sistema e pagamento das tarifas. Os motoristas mais afetos a esse tipo de procedimento tecnológico talvez não tenham dificuldades, mas e aqueles não habituados a essas ações que o progresso nos trouxe? Vai haver muita chiadeira, podem crer, mas em se tratando de Zona Azul, não será nenhuma novidade. Enquanto isso, a Prefeitura informou nesta semana, que a Zona Azul está suspensa até a 2ª quinzena de abril, em virtude dos talões impressos terem se esgotado.