QUEM FOI QUEM
“Zequinha Marques”, destaque como
grande músico regente e compositor
José Maria Marques de Oliveira, conhecido na época em que viveu como “Zequinha Marques”, faz parte da galeria dos grandes saltenses em todos os mais de 320 anos de existência de Salto. Ele nasceu na cidade onde sempre viveu e que muito amou, em 29 de dezembro de 1893. Foi um grande músico, um dedicado e competente regente, além de compositor e atuou também outras atividades, pois sempre se preocupava em melhorar as condições da cidade, principalmente na área cultural.
Aprendeu as primeiras letras em escolas particulares então existentes em Salto, especialmente naquela da professora Rita Leite de Camargo. Aprendeu a profissão de alfaiate com o mestre Antônio Carra, o que lhe permitia dedicar parte do seu tempo à música, com a qual pouco ou nada percebia. Com apenas 11 anos de idade, em 1904, aprendeu a tocar bandolim com Pagano Luigi e dez anos depois, aos 21 anos, era professor de música, chegando a ter, de uma só vez, vinte alunos. Em 1916 tocava baixo na Corporação Musical Saltense, chamada na época de “Banda Brasileira” e dois anos depois formava sua própria banda de música, a “Nossa Sra. do Monte Serrat’, que duraria 3 anos.
Suas atividades musicais eram intensas: durante 40 anos dirigiu o “Coro” (Coral Oficial da Matriz de Monte Serrat); em 20 de maio de 1934 foi um dos fundadores da Lira Saltense; durante 30 anos fez parte da Orquestra Itaguassu, formada por antigos músicos, que se apresentaram em eventos realizados em Salto e cidades vizinhas; dirigiu também uma famosa orquestra que participava das festas mais importantes da matriz de Monte Serrat.
Como compositor foi o responsável por diversas missas cantadas, dentre elas a mais bela e famosa foi a “Missa Regina Coeli”. Essa missa, aliás, foi apresentada na homenagem que a Paróquia prestou a “Zequinha Marques”, em 3 de setembro de 1977, com sua presença, realizando-se a seguir uma confraternização de amigos e admiradores do regente no Salão Paroquial.
Juiz de Paz – Além de alfaiate e músico, “Zequinha” exerceu o cargo de Juiz de Paz, nomeado pelo governador Adhemar de Barros, em abril de 1950, depois de permanecer como suplente desde 1938, quando já vinha fazendo alguns casamentos. Realizou nada menos que 5.000 casamentos, sendo substituído em 2 de junho de 1979, quando suas condições físicas já não eram ideais.
Homenagens – Durante toda sua vida “Zequinha” foi homenageado por diversas entidades e também pelo Poder Público. Em junho de 1978, por exemplo, recebeu uma expressiva homenagem na Câmara Municipal, pelo muito que fez em favor da música e da cultura saltense. Em junho de 1993, comemorando o centenário do nascimento do músico e compositor, a Câmara de Salto voltou a homenageá-lo, no Salão Nobre do Centro Comunitário da Matriz de Monte Serrat, durante uma festiva sessão solene. Foram apresentadas, na oportunidade, seis músicas por grupos lítero-musicais, o Madrigal de Salto e o Coral do E.C.C. – Encontro de Casais com Cristo.
Em agosto de 1982 a Comissão de Nomenclatura sugeriu que fosse dado o nome de Avenida José Maria Marques de Oliveira, a uma das principais e mais extensas vias públicas de Salto, a avenida que se inicia no final da Avenida Getúlio Vargas e segue passando por loteamentos, terminando na capela de Nossa Sra. das Neves, no Buru.
Obra artística – “Zequinha” deixou uma grande obra artística, a qual foi toda ela doada à municipalidade por suas filhas. Elas entregaram, depois de ficarem depositárias por algum tempo, esse patrimônio ao Museu Cidade de Salto, em março de 1981.
Vida pessoal – Mãe de “Zequinha”: Goldiana; esposa – Ema; filhas Aurora e Inês (falecida). Viveu 88 anos, tendo falecido em 11 de fevereiro de 1981.
Era uma pessoa muito querida dos saltenses, um grande apreciador de nossas belezas naturais, pois era comum encontrá-lo, geralmente ao entardecer, nas proximidades da cascata. Tinha muitos amigos, contando-se os grandes jantares com os quais participava, realizados em bares da cidade ou na Fazenda Vendramini (mais constantes), regados a excelentes vinhos, alguns de produção locais outros artesanais.