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QUEM FOI QUEM

Edmur I. Sala atuou na imprensa, no ensino,

na política e no teatro, sempre com brilho


Edmur numa certa época usou bigode

Apesar de ter vivido apenas 59 anos, Edmur Ignácio Sala teve uma vida intensa, participando de diversas atividades, sempre com muito brilho. Tinha facilidade de se expressar, tanto oral como por escrito, e por isso ingressou na imprensa ainda jovem, ao mesmo tempo em que atuava como apresentador de comícios e de eventos que se realizavam na cidade.



Posando com amigos de O Liberal e da Revista Taperá (Valter, Dowa e A.O. Ferrari)

Imprensa - Sua atuação na imprensa teve início no jornal O Liberal, no qual abordava diversos assuntos: esporte (principalmente), política, religião e até teatro. Como o jornal comungava as ideias da facção comandada por Archimedes Lammoglia, ele era um defensor do grupo que contava também com o dr. Mário Dotta, Paulo Miranda Campos, dr. Yolando de Noronha, Joaquim de Arruda Sontag, seu tio Tita Ferrari, seu primo Antonio O. Ferrari e outros. Fazia muitas críticas a Vicente Scivittaro, o “Chinchino”, que comandava a facção adversária, inclusive nos comícios em que era o apresentador oficial.

O jornal O Liberal durou apenas 15 anos e Edmur nele militou cerca de 10 anos, sempre participando das edições, chegando inclusive a diretor desse jornal, depois de ter se integrado a um grupo ao qual Archimedes confiou a direção, composto também por Raphael Hyppolito, Odilo Della Paschoa, Carlos Laurenciano, Desdêmona Ignácio, Uziel Carola e Valter Lenzi. Esse grupo era bastante crítico de tudo o que acontecia na cidade, por isso, embora o jornal não tivesse maior circulação que seu concorrente O Trabalhador (que contava com muitos assinantes, pois era considerado “jornal da igreja”), tinha uma boa venda, pois todos sabiam que nele iriam encontrar críticas pesadas, humor e outras matérias consideradas “diferentes”. A maioria das críticas tinha como alvo “Chinchino” e seus vereadores e até mesmo empresas (mesmo as anunciantes), empresários, etc., pois Archimedes garantia o pagamento do papel e da tinta, por isso eles não tinham com o que se preocupar. Até com um padre (Luiz Gonzaga de Camargo), auxiliar do monsenhor João da Silva Couto, o grupo se indispôs, trocando farpas através de várias edições.

No início de 1964, de comum acordo com outros dois colaboradores de O Liberal, Januário (Nenê) Carola e Valter Lenzi, foi decidido que O Liberal paralisaria suas atividades, pois já não era considerado confiável pelos leitores, que apenas se divertiam com o que era publicado. Surgia, então, a Revista Taperá, da qual Edmur, Nenê e Valter foram os fundadores, mas Edmur se afastou depois de 2 anos de existência da revista, em virtude de seus compromissos na área do ensino.

Alguns anos depois, como era um apaixonado pelo esporte saltense e como O Trabalhador não contava com um repórter esportivo, ele passou a escrever comentários sobre o futebol e outras modalidades, o que fez durante vários anos.

Nessa época atuou também como correspondente do jornal A Gazeta Esportiva, colaborando para a divulgação do esporte local.


Atuando como apresentador, na inauguração do Ginásio de Esportes, ao lado do prefeito Jesuíno, com quem trabalhou

Na política – Da facção de Archimedes Lammoglia e inimigo do grupo comandado por “Chinchino”, Edmur participava das campanhas políticas que aconteciam na década de 1950 e no início de 1960. Fazia as apresentações dos comícios dos candidatos a prefeito e a vereador, além das de Archimedes, que realizava também alguns comícios em Salto. Procurava ajudar de todas as formas para que os candidatos apoiados pelo grupo que certa feita foi chamado de “Bandeira Branca” alcançasse a vitória nos pleitos realizados.

Numa audiência com o governador Franco Montoro, com Pilzio, que também assessorou

Na década de 1960 teve uma séria divergência com Archimedes Lammoglia e passou a fazer parte de uma nova facção política que surgia na cidade, a Frente Operária, comandada por Jesuíno Ruy, do qual se tornou amigo e grande colaborador. Inclusive foi assessor e secretário não só de Jesuíno em seus dois últimos mandatos, mas também de Pilzio Nunciatto Di Lelli, que pertencia ao grupo de Jesuíno e depois rompeu com ele. Mas Edmur, apesar de militar na equipe de Pilzio, não se desligou totalmente de Jesuíno.


O 1º à esquerda, na 3ª fila, com o diretor Antônio O. Ferrari e demais professores da Escola “Paula Santos”

No ensino – Edmur estudou em diversos estabelecimentos de ensino: fez o primário no Coleginho, cursou a Escola Anita Garibaldi, fez o curso ginasial no Colégio Ateneu Paulista, em Campinas, os cursos Clássico e o Normal no Instituto de Educação Regente Feijó de Itu; diplomou-se em Filosofia na Faculdade Nossa Sra. do Patrocínio, de Itu e o pós-graduação em Filosofia da Educação na Universidade Metodista, de Piracicaba, habilitando-se em Orientação Educacional pela PUC Campinas. Como se vê seu currículo escolar é muito rico, o que lhe permitiu atuar em diversos cargos no ensino.

No Magistério, iniciou sua carreira em março de 1966, na Escola Estadual Prof. Paula Santos, ali permanecendo até 1977. Foi diretor-substituto dessa escola de janeiro a abril de 1976; participou da instalação da Escola Benedita de Rezende, da qual foi diretor de junho de 1969 a maio de 1971; lecionou no Externato Sagrada Família em 1973 e na PUCC em 1974.

Foi assessor da Educação da Prefeitura de Salto, de 1977 a 1989; ocupou o cargo de presidente do Mobral (ensino para adultos) de 1977 a 1985; lecionou na Escola Prof. Cláudio Ribeiro da Silva de março de 1987 a fevereiro de 1989; foi professor do curso de Magistério da Escola Leonor Fernandes da Silva a partir de fevereiro de 1990; lecionou Didática e História da Educação na Faculdade Nossa Sra. do Patrocínio de Itu, de agosto de 1989 a maio de 1993. Em seguida, foi nomeado Delegado de Ensino em Capivari, onde exerceu suas atividades. Estava em Bauru, em 11 de julho de 1996, participando de um curso de treinamento de diretores das escolas estaduais, quando se sentiu mal, foi assistido e hospitalizado, mas apesar do rápido atendimento sofreu um enfarte e veio a falecer.


Edmur (à esq., em pé, com Leny) e os demais integrantes do Grupo Artístico Saltense

No teatro – Amante do teatro, Edmur participou de diversos grêmios teatrais, como o “Santa Inês”, de 1946 a 1956; do Grupo Artístico Saltense, que apresentava muitas peças na cidade nos anos 60, principalmente as comédias, com seu amigo Ciro Cruchello, participando também Leny do Valle, que seria sua esposa e diversos outros saltenses. Os espetáculos apresentados no Cine Verdi atraiam sempre um grande número de espectadores, pois os atores primavam pela qualidade e Edmur e Ciro eram sempre os mais aplaudidos. Também trabalhou com Ciro no “Teatro de Bolso”, de 1964 a 1944, que apresentava as peças no Cine Najá.


Com diretores da A.A. Saltense numa das reuniões na sala de troféus

Na religião e outras – Edmur teve uma importante atuação no setor religioso saltense, tendo participado de vários movimentos na Paróquia de Nossa Sra. do Monte Serrat. Fez o Cursilho da Cristandade em janeiro de 1967 e participou como um dos seus dirigentes desde essa data até setembro de 1984. Como dirigente participou também do Co-lo-co – Curso de de Liderança Cristã de Salto, desde sua implantação em 1971 até 1976, bem como do TLC – Treinamento da Liderança Cristã, de junho de 1969 a dezembro de 1983. Ainda como dirigente, participou de diversos outros cursos, como o “Despertador”, organizado pela SUNA – Sempre Unidos no Amor, da mesma paróquia.

Exerceu diversas outras atividades na cidade, em outros setores, como na sociedade saltense, tendo sido um dos fundadores do Lions Clube de Salto, em 1966. Também atuou na Sociedade Instrutiva e Recreativa Ideal (SIRI), sendo um dos seus presidentes, em 1967. Era ainda um atuante conselheiro da Associação Atlética Saltense, clube que amava, atuando como diretor esportivo em 1984 e 1985. Também foi um dos fundadores da Comissão Municipal de Esportes, em 1979, quando foi criado o Clube Mandi Esportivo, que disputou vários torneios de basquete.

Com a esposa Leny do Valle

Edmur, casado com Leny do Valle, deixou 4 filhas, em seu falecimento em 11 de julho de 1996: Adriana, Tatiana, Giuliana e Polyana; um neto (Cauê) e três irmãos: Eider, Eloadir e Henrique, além dos seus pais Henrique e Zilda.

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