QUEM FOI QUEM
Durante 44 anos o monsenhor Couto
dirigiu a Paróquia de Monte Serrat
A Paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat teve o privilégio de contar, durante 44 anos seguidos, com um sacerdote admirado e respeitado pela população, João da Silva Couto, que por seu trabalho e dedicação foi o primeiro padre que atuou em Salto a ostentar o título de monsenhor.
Nascido em Itu, em 8 de dezembro de 1887, ele passou pelas paróquias de Bragança Paulista e Cabreúva, antes de se fixar em Salto em 31 de janeiro de 1926, quando tomou posse como vigário na matriz de Monte Serrat. Um dos seus primeiros atos foi ratificar e dar grande alento ao Círculo Católico, mas logo depois (1928) adotou uma das mais importantes providências: a construção de uma nova matriz, que foi inaugurada em 1º de maio de 1936. Nessa época as cerimônias religiosas eram realizadas no Salão Paroquial, que já tinha sido construído.
Era ele o vigário quando a igreja matriz foi destruída por um incêndio, ocorrido em 18 de janeiro de 1935. Ela ainda não estava totalmente pronta, mas muita coisa importante foi destruída, inclusive a imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat, de 1727. O término da construção da igreja virou verdadeira obsessão da comunidade, várias reuniões foram realizadas, começaram a chegar doações, como “cinco contos de réis” das autoridades eclesiásticas de São Paulo e muitos se propuseram colaborar, inclusive sendo formada uma comissão pelas pessoas de maior prestígio da cidade, para tratar de angariar os meios para o prosseguimento mais rápido das obras e a reconstrução da parte destruída pelo incêndio.
O monsenhor Couto comandava os trabalhos e tinha o apoio de todos e em maio de 1936 a igreja, embora ainda não estivesse totalmente pronta, foi inaugurada, inclusive com uma nova imagem da Padroeira. Ela foi obtida junto à família Paula Leite, de Itu, cujos membros contribuíram para que fosse contratado um mestre escultor (S. Scopoli), que fez surgir de uma tora de cedro a imagem que até hoje ocupa o altar da matriz, o que aconteceu em setembro de 1936.
Outras ações – Outras ações importantes do monsenhor Couto nos seus 44 anos de atuação à frente da Paróquia de Monte Serrat:
- Trouxe para Salto, em novembro de 1936, as Filhas de São José, para dirigir o “Coleginho” (atual Escola Sagrada Família), instalado inicialmente num casarão localizado na praça principal (onde hoje existe o Pavilhão das Artes), conseguido, por doação, de dona Aurelina Teixeira Campos;
- Fundou o Círculo Operário de Salto, em janeiro de 1946, incentivando a fundação do seu jornal, O Trabalhador;
- Conseguiu um terreno no Buru, onde construiu a capela de Nossa Sra. das Neves. No mesmo bairro construiu outra capela, sob a invocação de Nossa Sra. da Oropa;
- Lançou, em 19 de dezembro de 1948, a primeira pedra da igreja São Benedito, em terreno doado 20 anos antes pelo casal Manoel José F. de Carvalho-Julieta Duarte de Carvalho;
- Inaugurou, em abril de 1951, a capela de Santo Antonio, no Bairro Guaraú.
- Fundou a Congregação Mariana em 1955 e a Legião de Maria, em 1959.
- Deu brilho às solenidades e festividades religiosas, realizadas na Paróquia, que sempre contaram com o apoio maciço dos fiéis.
Homenagens – Monsenhor Couto recebeu várias homenagens em vida e após o seu falecimento:
- Recebeu o título de “Cidadão Saltense” ao completar 50 anos de vida sacerdotal, em dezembro de 1966, quando foi inaugurada uma herma de granito e bronze, em frente à matriz;
- Seu nome foi dado a uma rua importante da cidade, que antes se chamava 7 de Setembro, paralela à Rua José Weissohn, no centro velho;
- Um mausoléu foi inaugurado pela Prefeitura em outubro de 1973, sobre seu túmulo, no Cemitério da Saudade;
- Em dezembro de 1987 foi comemorado o centenário do seu falecimento, sendo promovidos 10 dias de comemorações;
Coadjutores – O monsenhor contou com o auxílio de vários padres coadjutores, quando, principalmente quando atingiu uma idade que não lhe permitia mais manter o trabalho que executava nos primeiros tempos à frente da Paróquia. Os principais foram: padres Heládio Correa Laurini, Arthur Leite de Souza, Bruno Carra, Miguel Pedroso, Luiz Gonzaga de Mello Camargo, João Bosco Galvão de Camargo, Osvaldo Giuntini e Mário Negro, o que permaneceu mais tempo na Paróquia: a partir de janeiro de 1968 como coadjutor e a partir de maio de 1970 como vigário, até seu falecimento.