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CAUSOS

Um “organizador” de exposição muito doido

Para comemorar o 25º aniversário do Taperá, em abril de 1989, foram programadas várias atividades para festejar a importante data, dentre elas uma exposição de fotos, escolhidas entre as que faziam parte do arquivo do jornal, desde sua fundação. Em conversa com um jovem com quem tínhamos muito contato, pois havia nos prestado vários serviços, dentre eles a elaboração de capas do Guia Taperá e outros desenhos, aceitamos sua proposta de organizar a referida exposição. Ela seria feita na Galeria Municipal de Exposições, local onde funcionara o Restaurante do Salto e que faz hoje parte do Complexo do Rio Tietê.

Ele nos apresentou uma lista do material que iria utilizar, como folhas de cartolina preta, cola, pincéis, percevejos, pregos, além de diversas ferramentas e nós atendemos seu pedido. Com uns 5 dias de antecedência ele iniciou seu trabalho, fechando-se na Galeria e não permitindo a entrada de ninguém, inclusive do guarda que trabalhava no local, que lhe forneceu a chave. Passados dois ou três dias fomos até o local, mas ele nos impediu de entrar, alegando que seria uma grande surpresa para nós e para todos que visitassem a exposição. Para que seu trabalho não fosse acompanhado, cobriu com folhas de jornais os vidros do prédio, impedindo a visão para dentro da Galeria.

Faltando dois dias para a abertura da exposição, tentamos entrar no local, mas ele nos impediu novamente, até que no dia da abertura, que aconteceria às 20 horas, pressionamos o guarda, que conseguiu uma cópia da chave e finalmente ingressamos no interior do prédio. Verificamos, então, que as folhas de cartolina preta estavam todas jogadas no chão, assim como as fotos, ferramentas, cola, pincéis, rolos de durex, enfim tudo!

O “organizador” da exposição, vestindo uma cueca preta e uma capa também preta, corria pelo salão, parecendo querer voar, enquanto dizia: “Não se preocupem, na hora tudo vai ficar pronto!” (uma garrafa vazia de vodca, jogada num canto explicava a cena). Evidentemente que deixando essa tarefa pra ele, não seria cumprida, por isso recorremos a um funcionário do jornal, o César Marins, o único disponível naquela sexta-feira, quando a maioria dos funcionários estava empenhada no fechamento da edição do dia seguinte.

Com nossa ajuda, ele conseguiu montar os painéis, colocar as fotos nos devidos lugares, assim como as cartolinas e por volta das 19h30 tudo estava pronto. Deu para correr pra casa, tomar um banho e participar da abertura da exposição, que aconteceu no horário marcado, com a presença do prefeito Eugênio Coltro, vice João Conti, secretário Geraldo Garcia e outros convidados, que não imaginaram o trabalho que deu montarmos a exposição em pouco mais de 3 horas.

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