QUEM FOI QUEM
O menino João transformou-se em J. Silvestre,
grande destaque no rádio e na TV
Em Salto ele era apenas o menino João, filho do proprietário de um cinema na cidade, o Cine Ruy Barbosa, onde atuava como locutor do serviço de som. Na época já demonstrava boa dicção, inclusive pronunciando corretamente o nome dos artistas ingleses e americanos, que apareciam na maioria dos filmes exibidos.
Nasceu em 14 de dezembro de 1922 em Salto, realizando seus primeiros estudos no Grupo Escolar Tancredo do Amaral, mudando-se para São Paulo, onde continuou estudando, no final da década de 1930.
Ingressou na carreira artística no ano de 1941, como locutor da Rádio Bandeirantes, na qual permaneceu até 1945. Nessa emissora exercia outras atividades, como sonoplasta, contrarregra, ator e ensaiador, além de autor. Escreveu, nesse período, seus primeiros contos, novelas e peças para o radio-teatro, com uma produção nesse campo que cresceu rapidamente.
Em 1945 deixou a Bandeirantes e se transferiu para a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, onde realizou seu primeiro trabalho em Propaganda, na Standard. No ano seguinte voltou para São Paulo, para o radio-teatro da Rádio Cultura, que apresentava radio-novelas, atuando como ator, autor e diretor. Nessa emissora, no ano de 1947, iniciou na carreira de animador e apresentador de programas de calouros.
Na TV – Voltou à Rádio Tupi, em setembro de 1950, participando, como apresentador, da primeira transmissão da Televisão Tupi em caráter experimental, num programa estrelado por Frei José Mojica, grande figura artística da época. Daí em diante, trabalhando na Tupi de S. Paulo, pioneira da TV no Brasil, se entrosou na televisão e foi um dos primeiros profissionais brasileiros a escrever e interpretar telenovelas, dentre elas o maior destaque, “Os Quatro Filhos”. Embora atuando na TV, não deixou de produzir contos, novelas e peças de radio-teatro na emissora, além de realizar uma experiência teatral, como ator e autor, no Teatro da Arena.
Foi em 1956 que J. Silvestre registrou o seu grande sucesso como apresentador, comandando um dos programas de maior audiência do país, “O Céu é o Limite”. Os candidatos se apresentavam abordando cada um abordando um tema e quando acertavam a resposta, J. Silvestre usava o bordão que se tornou famoso: “Absolutamente certo!”. Nessa época foi requisitado para inaugurar diversas emissoras de televisão do país, do grupo comandado por Assis Chateaubriand das Emissoras Associadas, dedicando-se também à Publicidade.
Com o advento da Embratel, lançou o primeiro programa em cadeia no Brasil, “Domingo Alegre da Bondade”, originado na TV-Tupi do Rio. Esse programa tinha provas, prêmios e muita caridade e era enviado, via Embratel, para 10 estados. Afastou-se da TV em 1972, dedicando-se a escrever o livro “Como Vencer na Televisão”, só voltando em 1976 com um programa jornalístico diário de fim de noite.
J. Silvestre prosseguiu em sua carreira artística nos anos 80 no SBT (“Show Sem Limite” e “A Mulher é um Show”) e na TV Bandeirantes (“Programa J. Silvestre”), no mesmo formato de “Show Sem Limite” e “Essas Mulheres Maravilhosas”, sempre com grande sucesso e como líder de audiência no horário. Ainda na Bandeirantes, J. Silvestre criou uma série de programas diários de prêmios e variedades, com novos apresentadores.
Em especiais na Rede Globo, em que também atuou, ele homenageou personalidades como Renato Aragão e Xuxa, com um dos seus quadros famosos: “Esta é a Sua Vida”. Participou de programas também na TV Manchete, um deles “Domingo Milionário”, em 1997, que distribuiu muitos prêmios.
No final da década de 1990 deixou a televisão e passou a viver na Flórida, Estados Unidos, onde faleceu em 7 de janeiro de 2000.
Era casado com Nívea Ranzani Silvestre e teve 4 filhos: João J., Alexandre, Pedro e Paulo J. Silvestre.
