QUEM FOI QUEM
Silvestre foi um dos destaques de uma família de maestros
Salto teve grandes maestros, que dirigiram as bandas locais, de cidades vizinhas e até da capital. De uma só família (a Pereira de Oliveira) tivemos 3 grandes maestros (pais e filhos) e mais um que seguiu a carreira vitoriosa de seus antepassados e que é hoje o remanescente dessa família ligada à arte musical. Trata-se de Silmar Pereira de Oliveira, que atua como maestro da Orquestra Sinfônica do Conservatório Municipal de Salto. Ele segue a trilha iniciada pelo maestro Antonio Pereira de Oliveira (Totico), seu avô Silvestre Pereira de Oliveira e seu pai Agostinho Pereira de Oliveira, todos falecidos.
O focalizado de hoje é o maestro Silvestre Pereira de Oliveira, que nasceu em Salto aos 29 de julho de 1906, tendo sido registrado em 30 de setembro do mesmo ano. Desde os 9 anos ele já se destacava, tocando clarineta na Corporação Musical Saltense, e aos 10 anos já fazia “solos”. Como adulto, tocava todos os instrumentos musicais.
Dedicou muitos anos à Banda Musical Saltense a partir de 1952 e praticamente até seu falecimento. Começou substituindo seu tio-avô Henrique Castellari, mas muito antes, em 1927, ele foi maestro da Banda União dos Artistas de Itu, voltando a comandar essa banda em outras ocasiões; reorganizou a Corporação 7 de Setembro de Indaiatuba, em 1928 e depois a Banda Centenário da Independência, de Elias Fausto, em 1930. Regeu ainda a Banda Francisco Carrion, de Nova Odessa, em 1963; a Corporação Musical Americanense, em 1964; a Banda Musical Feminina de São Manoel e a Banda Juvenil São Pedro de Itu, além daquela do Externato Sagrada Família de Salto.
Durante sua vida Silvestre compôs muitas músicas (mais de 200), como dobrados, marchas, valsas, sambas, hinos, marchas religiosas, fantasias, etc., várias delas premiadas numa época em que se dava valor aos maestros e músicos de bandas. A última composta foi a valsa “Haidée”, em 1982, homenageando a nora; dedicou a sua mãe a “Grande Valsa” e foi autor de dezenas de outras composições.
Pode-se citar como prêmios por suas músicas os obtidos com as músicas “Itu, berço da República” (Rádio Bandeirantes), “Quartel em festa” (Rádio Record), “Hino à Comarca de Salto” com a Banda e Coral da Guarda Civil de S. Paulo (1º lugar num concurso em Salto), “Auri-Verde”, “31 de Agosto” e “Amor ao Pai (premiadas no concurso nacional da Funarte – Fundação Nacional de Arte), “Canção do 2º Grupo de Artilharia” (Quartel de Itu), além de outras.
Uma de suas grandes conquistas foi o troféu de “Honra ao Mérito” quando reuniu as bandas de Salto, Americana e Nova Odessa, regendo mais de 90 músicas. Pode-se citar ainda a medalha Carlos Gomes, pela apresentação da Banda Juvenil de Itu; a homenagem que recebeu do programa “Bandas de Todo o Brasil, da Rádio Record de São Paulo e teve participação no concurso 1.500 Músicos, do qual participaram 250 bandas do Brasil.
Outras atividades
Silvestre teve ainda outras atividades, como a presidência do Clube de Regatas Estudantes Saltenses, de 1944 a 1945; diretor administrativo do Hospital N. Sra. do Monte Serrat de Salto; agente da UBC (União Brasileira de Compositores); representante da O.M.B. (Ordem dos Músicos do Brasil); teve uma empresa de extração de areia e foi fiscal da Prefeitura Municipal de Salto.
Família
Silvestre teve dois filhos ligados à música: o também maestro Agostinho Pereira de Oliveira e Valderez, exímia pianista. Era casado com Maria Rosa Alberti Oliveira e faleceu em 5 de agosto de 1995, deixando seu nome marcado como uma das grandes expressões da música saltense, paulista e brasileira.