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QUEM FOI QUEM

Egídio Bianchi: graças a ele a Brasital

foi considerada a “Mãe de Salto”


Egídio Bianchi, grande benfeitor

De 1939 a 1954 a Brasital S.A. teve como superintendente o italiano Egídio Bianchi. Foi nessa época que a empresa ganhou a denominação de “Mãe de Salto”, em virtude da grande atividade filantrópica e social que executou, não só no seio da firma que dirigia, mas também em diversos outros setores, beneficiando em muito a coletividade saltense.


Ele nasceu em Milão, em 1888, vindo para o Brasil em 1924, para trabalhar como gerente da Brasital S.A., em suas fábricas de Salto e São Roque. Posteriormente passou a ocupar cargo na diretoria, inicialmente como conselheiro delegado, que exerceu até 1939, quando foi eleito pelos acionistas diretor superintendente, enfaixando praticamente todos os poderes, embora a presidência fosse ocupada por Mário Tavares e José da Silva Gordo. Deixou a empresa em 1954, voltando para a Itália, onde faleceu em Arzago, em 8 de fevereiro de 1971.

Foi casado com Maria Bianchi, com quem teve dois filhos, os engenheiros Giuseppe e Silvano.

Egídio Bianchi, ao centro (assinalado), com diretores e funcionários da Brasital S.A. – dezembro de 1950

Na Brasital, Egídio concluiu em 1939 as quatro quadras da Vila Brasital, com 340 casas; criou o “Armazém de Emergência”, que fornecia aos empregados das fábricas gêneros de primeira necessidade abaixo do preço de custo; dispensava excelente assistência médica e hospitalar ao pessoal das fábricas de Salto e São Roque, fornecendo-lhes grande parte dos medicamentos de que necessitavam; determinou a construção de uma creche na Praça Antonio Vieira Tavares (hoje Casa da Cultura), a qual era dirigida por três religiosas da congregação Filhas de São José. Essa creche chegou a abrigar 250 crianças, de 0 a 5 anos, filhas de funcionários; distribuía o 13º salário a seus empregados, por ocasião do Natal, quando nenhum governo ainda adotava esse pagamento.


Ele também contribuiu decisivamente para muitas obras em Salto, como as dependências da “Societá Italiana Giuseppe Verdi” e a banda de música com o mesmo nome, hoje Banda Gomes-Verdi; apoiou a Sociedade Saltense de Socorro Mútuo, a Escola Anita Garibaldi (que funcionava no prédio da Sociedade Italiana), o Posto de Puericultura, transformado depois em Centro de Saúde; colaborou com o Colégio Sagrada Família, a Sociedade São Vicente de Paulo, a Maternidade Nossa Sra. do Monte Serrat, a Cooperativa Operária Saltense, podendo-se dizer que Egídio Bianchi foi um dos maiores benfeitores que Salto teve em seu tempo.

Mereceu, por isso, ter uma rua com seu nome no Jardim Santa Lúcia. Mas não foi só em Salto que ele deu mostra de sua generosidade: por ocasião da distribuição anual de lucros da empresa, não esquecia de dar apreciável ajuda à Santa Casa de Itu, hospitais de São Paulo e São Roque, ao Sanatório de Hansenianos de Pirapitingui, ao Sanatório de São José dos Campos, ao Hospital Matarazzo de São Paulo, Abrigo Cristo Redentor do Rio de Janeiro, Instituto Arnaldo Vieira de São Paulo, Cruz Vermelha, Orfanato Cristóvão Colombo e Hospital Samaritano, também de São Paulo, além de diversas fundações.

Morando em São Paulo, passava dois dias por semana em Salto no “chalé da gerência”, uma mansão existente no interior da área da fábrica, construída no começo do século, dependência hoje ocupada pela diretoria do Ceunsp.

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